O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, advertiu quarta-feira quem pretende "criar desagregação" no executivo de coligação PSD/CDS-PP que o acordo é para quatro anos.
"Quem tenta criar cisões no governo para os próximos quatro anos não vai a lado nenhum, porque isso não vai acontecer", assegurou, à margem de uma visita à empresa Insular de Moinhos, na Zona Franca da Madeira, concelho de Machico, zona leste da ilha.
Miguel Albuquerque referia-se a notícias dando conta de que alegadamente cerca de 90% dos diretores de serviço do Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) se opõem à alteração dos estatutos, de modo a permitir a nomeação de Filomena Gonçalves, indicada pelo CDS-PP, como diretora clínica.
Os estatutos do Sesaram determinam que a Direção Clínica deve ser assumida por um médico dos quadros, ao passo que Filomena Gonçalves exerce a atividade no setor privado.
"Isso não é um problema que neste momento esteja colocado", assegurou Miguel Albuquerque, realçando que irá cumprir os "acordos todos" que fez com o CDS, com base no "pacto de confiança" estabelecido entre os dois partidos.
"Quem decide politicamente na saúde é o governo eleito", vincou, adiantando que a Direção Clínica do Sesaram será escolhida em "consonância com aquilo que foi acordado com o CDS", depois da votação do Orçamento da Região, agendada para o final de janeiro.
O PSD/Madeira perdeu pela primeira vez a maioria absoluta nas eleições legislativas regionais de 22 de setembro de 2019, elegendo 21 deputados num total de 47 que compõem o parlamento madeirense, situação que motivou um convite ao CDS-PP (três deputados) para formar um governo de coligação.