SAÚDE QUE SE VÊ

“Gostava que a sociedade de um modo geral mostrasse interesse em se juntar a nós”, Pedro Costa

CANAL S+ / SO
23-09-2020 11:02h

A Federação Portuguesa das Associações de Surdos (FPAS) estima que existam 20 a 25 mil portugueses surdos, admitindo que possam existir mais. Na Semana Internacional dos Surdos, o Canal S+ esteve à conversa com o presidente, sobre a realidade destas pessoas no dia-a-dia.

Pedro Costa afirma que a comunidade enfrenta algumas dificuldades que não são tão visíveis e para as quais a Federação tenta sensibilizar o Governo, nomeadamente nas acessibilidades.

Uma das áreas onde as acessibilidades não existem é na saúde. Quando uma pessoa surda vai a uma consulta ou fazer exames tem de ir acompanhada de um familiar ou amigo, pois não existem interpretes de língua gestual portuguesa no Serviço Nacional de Saúde (SNS). No Orçamento de Estado para 2019, foi aprovada a contratação de 25 interpretes e até hoje a Federação diz que nunca foi lançado nenhum concurso. Ainda assim, Pedro Costa aplaude a iniciativa do Governo de criar, no SNS24, uma linha adaptada com videochamadas para os cidadãos surdos.

A comunicação das pessoas surdas vai muito além dos gestos. Há expressões faciais, mímica e leitura labial, que com o uso de máscaras ficou de alguma forma comprometida. Por isso, o presidente da FPAS pede alguma sensibilização e esforço da sociedade para com os surdos.

Em Portugal existem 17 escolas bilingues, do pré-escolar ao ensino secundário. No ensino superior, nem todas as universidades têm interpretes o que condiciona a escolha do estabelecimento de ensino e/ ou do curso por parte dos alunos surdos.

Nesta Semana Internacional dos Surdos, Pedro Costa pede que a sociedade esteja atenta e disponível para ajudar as pessoas surdas, que apenas diferem das outras pela incapacidade de audição.

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