Miguel Pavão que tomou posse como Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, em Julho deste ano, lamenta em entrevista ao Canal S+, que após 41 anos de Serviço Nacional de Saúde, os médicos dentistas continuem “longe de estar integrados no SNS e isso é uma debilidade”, atesta.
Para o responsável o SNS foi criado “quando os tempos eram outros e a verdade é que os tempos mudam”, remata.
Miguel Pavão garante que existem soluções para resolver o problema da integração dos médicos dentistas no SNS com a criação de uma carreira, mas todas elas precisam de ser negociadas com o Ministério da Saúde, até porque “a saúde oral não é um bem supérfluo, é uma necessidade”, relembra. Para o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas a pandemia da COVID-19 não pode ser usada como mais uma “desculpa permanente”.
Miguel Pavão adianta ainda que se o Governo “é bastante criativo na tributação dos contribuintes, também temos de ser na alocação das verbas”. Segundo o responsável, bastava utilizar 25% do imposto sobre as bebidas açucaradas que em média totaliza 80 milhões de euros para conseguir financiar a incorporação de dentistas no SNS.
Com o agravamento do número de casos de COVID-19, registado nos últimos dias em Portugal, o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas lembra que “uma nova situação de lockdown só deve ser colocada in extremis”. Para Miguel Pavão, é urgente “haver uma estratégia integrada para um expectável cenário de agravamento da pandemia, (...) para além de um programa de vacinação contra a gripe sazonal de todos os profissionais de saúde, incluindo os dentistas”, alerta.
Durante o período de Estado de Emergência, decretado pelo governo, no início da Primavera, os consultórios dos médicos dentistas estiveram de portas fechadas, impedidos de trabalhar por causa da pandemia da COVID-19. A medida provocou grandes constrangimentos financeiros a milhares de profissionais de medicina dentária e saúde oral que viram os seus rendimentos bastante afectados.