O Hospital Senhor do Bonfim, em Vila do Conde, distrito do Porto, que é a "maior unidade de saúde privada do país", vai ser transformado num Hospital Escola, informou hoje a Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU).
O projeto surge na sequência da criação da Associação Ensinar Saúde Norte, no âmbito de uma parceria entre o Grupo Trofa Saúde (GTS), proprietário do hospital, e a CESPU, permitindo que "centenas de alunos possam lidar no 'terreno' com cenários reais, utilizar tecnologias de ponta e contactar com novos métodos e equipamentos hospitalares".
"O novo hospital escola pretende implementar formação para diversas profissões da saúde, com destaque para o ensino da medicina, para que os estudantes e futuros profissionais tenham a possibilidade de experienciar todas as vivências de um grande hospital, interagindo com profissionais já formados, utentes e também apoio às respectivas famílias", pode ler-se num comunicado enviado.
Segundo o mesmo texto, "o GTS vai disponibilizar as instalações do Hospital Senhor do Bonfim para o ensino das profissões da saúde e a CESPU disponibilizará recursos humanos adequados ao ensino pré-graduado, integrando-os na dinâmica do hospital".
"Estamos perante o primeiro caso de um hospital privado que opta por este caminho, mas estamos certos de que este é o rumo a seguir. Numa altura em que aumenta a violência nos hospitais, em que o Serviço Nacional de Saúde padece de grandes lacunas e em que faltam médicos, queremos dar o nosso contributo para uma saúde melhor", afirmou Almeida Dias, presidente da CESPU, citado no comunicado.
A apresentação pública desta parceira acontecerá dia 14 de janeiro, no hospital Senhor Bonfim, numa conferência de imprensa, no âmbito de uma sessão científica, denominada "Ensinar Saúde", com a presença prevista do ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes e da Vice Reitora da Universidad Alfonso X - El Sabio de Madrid, Iris Núñez Trebol.
O Hospital Senhor do Bonfim foi construído em 2014 pelo empresário da Póvoa de Varzim Manuel Agonia, que, quatro anos, depois vendeu a unidade, já em funcionamento, ao Grupo Trofa Saúde.
O hospital dispõe de 570 camas, sete blocos cirúrgicos e uma unidade de cuidados intensivos, e opera em várias especialidades.