Na semana em que se assinala o Dia Mundial da Fisioterapia, Adérito Seixas, presidente da APFISIO, em entrevista ao Canal S+ revela que apenas “30% dos ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) dispõem de fisioterapeutas.
O responsável adianta ainda que a Região de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Norte do país são as mais afetadas pela escassez de recursos nesta área. Sendo que a Norte, o SNS dispõe de menos de 1 fisioterapeuta por cada 100 mil habitantes, um valor “claramente insuficiente para satisfazer as necessidades de uma população envelhecida e cheia de co-morbilidades”, atesta.
Nesta entrevista, o presidente da APFISIO elenca ainda um conjunto de expectativas e de desafios que os 14 mil fisioterapeutas, a maior parte dos quais a exercer no privado, enfrentam. Apesar da lei definir a profissão como “de primeiro contacto”, a verdade é que sempre que um doente precisa de cuidados de fisioterapia no Serviço Nacional de Saúde (SNS), é preciso visitar o médico de família para obter uma credencial que o justifique. Para Adérito Seixas, “o acesso aos cuidados ainda está limitado por barreiras normativas”, o que não pode continuar por muito mais tempo.
Relatórios internacionais analisados pela APFISIO indicam que uma presença mais forte de fisioterapeutas no SNS iria reduzir em cerca de 40 a 60% os custos de saúde. Adérito Seixas, presidente da APFISIO explica que a pandemia de COVID-19 veio agravar o estado clínico de muitos doentes e que de forma gradual os tratamentos têm vindo a ser retomados. Se no SNS “de modo geral a intervenção se manteve”, nas clínicas e nos gabinetes privados de fisioterapia ainda existem muitas limitações.
Dados do EUROSTAT indicam que a esperança média de vida em Portugal aumentou ligeiramente para um pouco mais dos 81 anos, porém os portugueses só vivem 58,6 anos sem problemas de saúde moderados ou severos.