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Covid-19: Exército italiano reforça contenção de novo surto perto de Nápoles

LUSA
25-06-2020 17:22h

O exército italiano foi hoje enviado para garantir e bloquear uma “zona vermelha” perto de Nápoles, onde cerca de 50 residentes estrangeiros infetados com a covid-19 tentaram escapar do confinamento forçado, informou a imprensa italiana.

Quase 700 pessoas, a maioria de nacionalidade búlgara, que vivem em Mondragone (60 quilómetros a norte de Nápoles, na região da Campânia) receberam, na segunda-feira, ordens para se restringirem ao local de residência, nas habitações sociais do município, após suspeitas de contaminação, explicou a empresa estatal RAI.

Uma campanha de despistagem foi lançada pelas autoridades locais e cerca de 50 pessoas foram identificadas como positivas.

Hoje de manhã, um grupo saiu do cordão de confinamento para uma marcha de protesto na cidade, com várias dezenas captadas por imagens transmitidas na televisão italiana.

A polícia interveio para as fazer recuar, sem violência, mas com alguns momentos de tensão, e o presidente da região, Vincenzo de Luca, disse ter chamado o exército para reforçar o fecho da zona, segundo a RAI.

A maioria dos residentes em causa são trabalhadores agrícolas de nacionalidade búlgara, alguns dos quais em situação irregular, sendo que muitos dos infetados desapareceram pela zona florestal limítrofe.

Um novo surto de covid-19 foi também identificado num armazém da cidade de Bolonha, no centro, usado por uma empresa de transporto e entregas, informou hoje a imprensa local.

Um total de 46 casos, incluindo 44 assintomáticos, foram descobertos entre os trabalhadores deste armazém da empresa Bartolini, segundo o diário Resto del Cardino.

Dois motoristas estão entre os infetados e o armazém estava encerrado.

Como primeiro país afetado fora da China e há muito o epicentro da doença na Europa, a Itália pagou um preço alto pela pandemia, com 34.644 mortes e 239.410 infetados até ao momento.

A doença parece agora estar sob controlo, com entre 18 a 30 mortes por dia neste início de semana e um número reduzido de contaminações.

Duas fontes de contaminação apareceram há duas semanas em Roma, com as autoridades sanitárias a pedirem “cautela” depois desses “sinais de alerta”, enquanto “a circulação do vírus ainda é significativa”.

Cientistas italianos publicaram uma coluna, na quarta-feira, dizendo que a emergência do novo coronavírus “acabou” na península, provocando fortes reações no país, onde muitos temem ainda uma segunda onda epidémica.

A pandemia de covid-19 já provocou quase 482 mil mortos e infetou mais de 9,45 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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