O executivo municipal aprovou hoje a atribuição um apoio, a título excecional, no valor de cerca de 128 mil euros, aos alojamentos locais (AL) que cederam quartos a profissionais de saúde na linha da frente do combate à covid-19, entre 17 de abril e 16 de maio.

Na listagem anexada à proposta, a que a Lusa teve acesso, constam um total de 20 entidades, tendo disponibilizado 292 quartos/apartamentos, durante 5.547 noites para um total de 244 profissionais de saúde.

A autarquia tinha já aprovado em 25 de maio de 2020 a proposta de atribuição de um apoio excecional aos AL para o período compreendido entre 14 de março e 16 de abril, de cerca de 111 mil euros, abrangendo 28 entidades e alojamentos, que disponibilizaram um total de 378 quartos, durante 3606 noites para um total de 215 profissionais de saúde.

Hoje, em declarações à Lusa, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, explicou que, na reunião privada do executivo municipal, a primeira presencial deste a pandemia, teve uma posição critica em relação à proposta, nomeadamente porque na pratica "aquilo que se votou foi o apoio a grandes unidades hoteleiras, do que propriamente ao alojamento local".

Embora tendo votado favoravelmente, foi com alguma crítica, porque, disse, há uma centralização excessiva em três unidades. "O vereador diz que não tem culpa, diz foi o que lhe indicaram, mas consideramos que esta situação já se está a prolongar excessivamente, porque, felizmente, o Porto não tem casos positivos já há duas semanas", disse, sublinhando não se justificar que se mantenha esta apoio.

Quanto à moratória para o pagamento da Taxa Municipal Turística (TMT) permitindo o pagamento da dívida de forma faseada, mediante prova de dificuldades económicas decorrentes da pandemia - também aprovada na reunião de hoje - a vereadora, que lembrou que a CDU não é defensora da taxa turística e até defendeu uma isenção neste período, revelou ter votado favoravelmente a proposta em face das dificuldades vividas pelo setor.

Sobre esta matéria, à Lusa, o vereador do PSD, Álvaro Almeida, referiu apenas que os sociais-democratas consideram que a câmara devia ir mais longe e suspender o pagamento da taxa.

Ouvido pela Lusa, o vereador do PS Manuel Pizarro, sobre os apoios concedidos aos alojamento locais que disponibilizaram quartos para profissionais de saúde, disse que numa situação tão difícil como esta pandemia não se deve "criar conflitos por coisas que são secundárias".

"Naturalmente é questionável, como todas situações, mas numa situação tão grave quanto esta não nos parece que deva ser um tema de conflitualidade política", defendeu.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 468 mil mortos e infetou quase 9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.534 pessoas das 39.392 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.