SAÚDE QUE SE VÊ

Câmara de Évora quer esclarecimentos sobre atraso do Hospital Central do Alentejo

LUSA
18-06-2020 17:27h

A Câmara Municipal de Évora pediu hoje esclarecimentos à Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo sobre o atraso na adjudicação do concurso do Hospital Central do Alentejo, que vai ser construído nesta cidade alentejana.

A adjudicação “é absolutamente essencial, porque, para se iniciar a obra, tem que se adjudicar” e “a informação que temos é que o processo já está concluído há semanas”, disse à agência Lusa o presidente do município, Carlos Pinto de Sá.

E, se o processo relativo ao concurso para selecionar a empresa que vai efetuar as obras “já está concluído há semanas, não percebemos porque é que ainda não foi feita a adjudicação” da empreitada, frisou.

“Haverá alguma razão, mas não a conhecemos e por isso é que perguntamos [à ARS] que razões é que há para este atraso e qual a data em que prevê fazer a adjudicação”, acrescentou.

A autarquia revelou hoje, em comunicado, que, na reunião camarária realizada esta quarta-feira, decidiu enviar um ofício à ARS para solicitar informação sobre a adjudicação do concurso de construção do Hospital Central do Alentejo, nomeadamente qual a data prevista para concretizar esse passo.

Referindo que a informação não oficial que a câmara tem é que o Ministério da Saúde “teria passado a responsabilidade ou a competência para adjudicar a obra à ARS”, o autarca justificou à Lusa o envio do ofício, que seguiu hoje, para este organismo.

O presidente do município de Évora lembrou também que o primeiro-ministro, António Costa, “veio a uma sessão pública” no atual Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) “para anunciar o calendário para concretização da construção” da nova unidade hospitalar, mas “esse calendário está muito atrasado”.

Carlos Pinto de Sá aludia a uma sessão que decorreu a 11 de janeiro de 2019, quando foi feita a apresentação do projeto de financiamento do novo Hospital Central do Alentejo, a construir num terreno na periferia da cidade.

Segundo esse calendário, a obra do novo hospital já deveria estar “adjudicada há meses”, argumentou o autarca, admitindo ter conhecimento de que “houve vários atrasos”, como um relacionado com “a disponibilização de verbas, ou pelos menos com a contabilização de verbas, pelo Alentejo 2020”, mas entretanto “resolvido”.

“Portanto, há meses que a adjudicação deveria estar feita, de acordo com esse calendário que o primeiro-ministro apresentou, e ainda não está. É essa a nossa preocupação”, lamentou.

No ofício, a câmara recorda também à ARS que, “de há muito tempo a esta parte que vem chamando a atenção para a necessidade de se tratar e resolver o problema das infraestruturas de acesso ao hospital” e das “redes de água e saneamento, de eletricidade e de comunicações”, bem como “outros aspetos que deveriam ser tratados em paralelo”, como é o caso das expropriações de terrenos privados.

São “problemas cada vez mais prementes”, pelo que “urge esse tratamento”, argumentou o autarca, referindo que a câmara já pediu uma audiência ao Ministério da Saúde para abordar estas matérias.

Em abril passado, o presidente da ARS do Alentejo, José Robalo, revelou à Lusa que o concurso público da empreitada do novo hospital foi vencido pelo grupo espanhol Aciona.

A construção envolve um montante total superior a 180 milhões de euros, uma vez que, aos 150 milhões de investimento previsto, incluindo 40 milhões de fundos europeus, acresce 23% do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).

MAIS NOTÍCIAS