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Covid:19 - Ordem dos Médicos desafia Ministra da Saúde a explicar o que quer fazer ao Hospital dos Covões  

CANAL S+ / VD
13-06-2020 00:16h

“Os cidadãos, os profissionais de saúde e os autarcas de Coimbra ficam tranquilos quando a senhora ministra Marta Temido explicar o que quer fazer ao Hospital dos Covões”, adiantou ao Canal S+, Carlos Cortes, presidente da seção regional do Centro da Ordem dos Médicos.

O responsável recorda que o Hospital dos Covões é utilizado por dois milhões e meio de cidadãos que vivem e trabalham na região centro e é um dos grandes centros de referência local, nacional, mas também internacional.

 O clínico participou na terça-feira no cordão humano em defesa do histórico Hospital dos Covões, ao lado de centenas de pessoas, que exigiram a continuidade da unidade hospitalar em funcionamento completo como até aqui. Um dos participantes foi o vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra que aproveitou para expressar a sua profunda preocupação com a intenção de “desclassificar a urgência dos Covões”. A autarquia liderada por Manuel Machado já manifestou de resto a sua estranheza com a iniciativa do Conselho de Administração do CHUC junto do gabinete da Ministra da Saúde e do próprio Primeiro-Ministro.

Carlos Cortes explica que a Ordem dos Médicos se associou, desde o primeiro momento, ao movimento de cidadãos preocupados com a “desclassificação da urgência do Hospital dos Covões” sugerida pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e confirmada depois pela Administração Regional de Saúde da Região Centro.

Para o clínico desde a fusão dos dois hospitais de Coimbra em 2011 que há uma intenção não assumida de encerrar e aniquilar o Hospital dos Covões.   

O presidente da seção regional do Centro da Ordem dos Médicos desafia agora a Ministra da Saúde a pronunciar-se sobre o caso. Na semana passada, em conferência de imprensa, Marta Temido que foi eleita pelo PS no distrito de Coimbra confrontada com o assunto, afirmou que a decisão de “desclassificar a urgência dos Covões” teria de ser sempre uma decisão de cariz técnico. Para a Ordem dos Médicos, a titular da pasta da saúde só tem um caminho: vetar a proposta da ARS do Centro e do Conselho de Administração do CHUC.

A acompanhar o dossier do Hospital dos Covões desde sempre, Carlos Cortes classifica a iniciativa de pretender “desclassificar as urgências” como “revoltante e inadmissível”, própria de um pensamento “liliputiano”, sendo todo o caso digno de “um folhetim onde impera a incompetência”, sobretudo porque, até ao momento, não foi revelado nenhum estudo técnico que justifique a medida proposta para o encerramento da unidade hospitalar.

A 24 de Maio, Fernando Regateiro, presidente do CHUC destacou a importância do Hospital dos Covões para receber "funções assistenciais relevantes" e recusou o seu alegado esvaziamento, garantindo que "Não há qualquer intenção" de deixar de utilizar o Hospital dos Covões. As palavras do presidente do CHUC surgiram depois do PS Coimbra ter emitido um comunicado onde apela ao Governo para evitar o "desmantelamento silencioso" do Hospital dos Covões.

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