A diretora-geral da Saúde reiterou hoje o apelo aos participantes e às entidades organizadoras cerimónias religiosas para que “tenham muito cuidado” e obedeçam às recomendações da Direção-Geral da Saúde estabelecidas devido à pandemia da covid-19.
Graça Freitas foi questionada a propósito da peregrinação internacional prevista para hoje e sábado em Fátima, tendo aproveitado para sublinhar apelos para vários setores de atividade e eventos propícios a ajuntamentos de pessoas.
“Esperemos que mais uma vez seja observado tudo o que está dito, nomeadamente a não concentração de pessoas. Com a liberdade religiosa que há, com o direito a peregrinar que todos teremos, também temos o dever de observar novas regras, novas formas de viver, novas formas de estar”, disse Graça Freitas.
Na conferência de imprensa diária sobre a covid-19, a diretora-geral da Saúde lembrou a “nova forma de estar” que merece “muito cuidado”.
“Podemos rezar e ir aos locais de culto, mas sempre com uma nova forma de estar. Apelo é para quem organiza e quer quem participa, tenha muito cuidado. Temos de pedir muito a quem opera os serviços, os restaurantes, às entidades organizadoras dos eventos que elas próprias tenham um sentido cívico e façam observar as regras nos espaços que estão abertos para que a nossa sociedade funcione e o nosso tecido empresarial recupere”, referiu.
E, insistindo na ideia de que além de quem participa e de quem gere o evento, outras pessoas têm responsabilidades, Graça Freitas reiterou o apelo a todos os intervenientes.
“Os operadores tenham a capacidade de ajudar os cidadãos a cumprirem regras porque precisamos às vezes que nos ajudem quando estamos distraídos”, afirmou.
O Santuário de Fátima acolhe hoje e sábado a peregrinação internacional aniversária de junho, presidida pelo bispo auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar, a primeira com a presença de peregrinos desde o início da pandemia de covid-19.
Hoje, também questionada sobre as orientações para a realização de outros eventos como casamentos e batizados, Graça Freitas insistiu que “existem regras” e contou que até já aconselhou um amigo a fazer o “casamento enorme” que estava a planear “daqui a uns tempos”.
“Está em vigor legislação que diz que não se devem juntar mais do que 20 pessoas. E até houve uma exceção para Lisboa dada a sua situação epidemiológica de 10. E exceção na celebração de funerais, quando todos os intervenientes pertencem ao mesmo agregado familiar”, começou por recordar a diretora-geral, para depois se focar nos eventos que junta amigos e familiares.
“Nos batizados e casamentos, se as pessoas pertencem a agregados familiares diferentes, não se devem juntar. Têm de cumprir orientações relacionadas com a própria cerimónia religiosa (…) e na questão do banquete e festa, também há regras. O que se aplica à restauração, aplicam-se a estes eventos. Perguntam: as pessoas podem dançar? Provavelmente se estiverem suficientemente distantes, num salão suficientemente grande e se forem poucas, não podemos ser fundamentalistas, mas há regras”, disse.
Portugal contabiliza pelo menos 1.505 mortos associados à covid-19 em 36.180 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).