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Covid-19: O que se passa em Lisboa e Vale do Tejo será ponderado nas decisões do Governo – PR

LUSA
28-05-2020 13:55h

O Presidente da República afirmou hoje que o surgimento de casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo deve e vai ser ponderado nas decisões a adotar pelo Governo nos próximos dias e semanas.

"O que se passa hoje na Lisboa e Vale do Tejo deve ser ponderado e vai ser ponderado nas decisões do Governo nos próximos dias e próximas semanas, nomeadamente as que têm a ver com 01 de junho e depois, certamente", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta a questões dos jornalistas, no Infarmed, em Lisboa.

Segundo chefe de Estado, que falava no final de mais uma reunião técnica alargada sobre a evolução da covid-19 em Portugal, essa ponderação será feita "não com a ideia de haver aqui um sinal que conduza a uma inflexão de linha definida, mas naturalmente um ajustamento permanente, um ajustamento que é a razão de ser também destas sessões".

Antes, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que na região de Lisboa e Vale do Tejo o R, o indicador de transmissão da doença, "está ligeiramente acima de 1, é 1,01, sendo a média nacional inferior a 1" e que se considerou que esta situação merece "atenção e preocupação".

O Presidente da República adiantou que este surgimento de novos casos de covid-19 "parece, segundo os especialistas, estar ligado a condições socioeconómicas, de vida, em certas áreas da região de Lisboa e Vale do Tejo".

Tendo perto de si o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o chefe de Estado defendeu que "não se pode falar em descontrolo na região de Lisboa e Vale do Tejo" e salientou que em termos gerais "a fotografia é favorável" quanto à evolução da covid-19 em Portugal.

"Pergunta: mas não há o risco de descontrolo na região de Lisboa e Vale do Tejo? Essa questão não foi posta em tais termos pelos especialistas. Há uma preocupação permanente de acompanhamento, de vigilância. Não se pode falar em descontrolo na região de Lisboa e Vale do Tejo", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

"Fala-se, sim, em surtos localizados, conhecidos, com cadeias de transmissão que estão a ser acompanhadas e a preocupação de prevenir", contrapôs o Presidente da República, reiterando que é "uma situação de atenção e preocupação".

Escusando-se a antecipar soluções concretas para a região de Lisboa e Vale do Tejo que estejam a ser equacionadas pelas autoridades sanitárias, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que, além das "condições socioeconómicas", há "realidades muito diversas entre si que podem explicar um ou outros desses surtos".

"E depois outras realidades que têm de ser conhecidas: pontos de encontro, forma de transporte, realidades prévias ou o próprio local de trabalho. Tudo isso está a ser acompanhado e vai ser acompanhado pelas autoridades sanitárias, quando for necessário intervindo caso a caso", completou.

Esta foi a sétima reunião técnica com epidemiologistas com a presença do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro e alargada aos líderes dos partidos com representação parlamentar, sindicais e patronais, para partilha de informação sobre a evolução da covid-19 em Portugal.

A pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em final de dezembro na China, atingiu 196 países e territórios.

Em Portugal, os primeiros casos de infeção com o novo coronavírus foram confirmados no dia 02 de março e já morreram 1.369 pessoas num total de 31.596 confirmadas como infetadas, com 18.637 doentes recuperados, de acordo com o relatório de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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