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Lusa e Parlamento Europeu promovem debate sobre desinformação em tempos de covid-19

LUSA
14-05-2020 16:21h

A desinformação em tempos de covid-19 será o tema da conversa entre jornalistas da Lusa, que entrevistam, na sexta-feira, a porta-voz adjunta do Parlamento Europeu Delphine Colard e a assessora de imprensa Sara Ahnborg sobre o tema.

A entrevista sobre os esforços da Europa contra a desinformação será conduzida pela diretora de informação da Lusa, Luísa Meireles, e pela jornalista da Lusa Sofia Branco, pelas 11:00 e estará acessível através da página do Facebook - https://combatefakenews.lusa.pt - e da plataforma Zoom (onde os participantes poderão igualmente intervir).

Luísa Meireles lembra que se trata de uma questão que está a preocupar os eurodeputados e a Europa em geral, mas não só. 

“Todos os dias há centenas de novas ‘fakenews’ a propósito da covid-19 e é urgente não só que os jornalistas estejam atentos, mas também as restantes pessoas, porque acaba por ser uma questão de literacia, uma questão democrática”, disse.

Luísa Meireles lembra que, no ano passado, a desinformação e as notícias falseadas ou falsificadas  (‘fakenews’) foram um dos focos da atenção da Lusa, num ano em que houve três eleições em Portugal: as europeias, as regionais na Madeira e as legislativas.

“Estávamos muito virados para as ‘fakenews’ de um ponto de vista político. Neste momento, no contexto da pandemia, sabemos que a saúde é outro dos temas sujeitos a uma grande e crescente desinformação e que se presta a todo um tipo de invenções e extrapolações que não tem nenhuma adesão com a realidade”, disse.

Foi neste sentido que o Parlamento Europeu e a Lusa decidiram, juntando as comemorações do dia da Europa (9 de maio) e do dia mundial da liberdade da imprensa (3 de maio) promover o debate em torno deste assunto, que vai também ser debatido no Parlamento Europeu, onde existe já um gabinete especializado nas ‘fakenews’.

O debate decorrerá em inglês e estará acessível a todas as pessoas que quiserem participar ou assistir, nomeadamente, segundo Luísa Meireles, outros jornalistas internacionais, nomeadamente lusófonos.  

A Agência Lusa organizou já vários eventos e lançou um 'site' no ano passado dedicado às ‘fakenews’.

Para prestar informação factual e fiável aos cidadãos, existe uma página conjunta da União Europeia e Parlamento Europeu sobre a resposta da Europa à crise do coronavírus, que contém informações específicas para esclarecer os mitos mais comuns relacionados com o surto.

Já antes da crise do coronavírus, o Parlamento Europeu tinha alertado para a desinformação estrangeira “que tenta prejudicar a democracia europeia e aprovou várias resoluções sobre o tema”.

A Comissão Europeia está também a ajudar a lutar contra a desinformação através de uma cooperação estreita com as plataformas em linha, incentivando-as a promover fontes fidedignas e a retirar conteúdos que sejam verificados como sendo falsos ou enganosos e os conteúdos ilegais ou suscetíveis de causar danos físicos.

Está igualmente a exercer pressão para que sejam tomadas medidas contra as burlas ‘online’ relacionadas com produtos que alegadamente podem curar a covid-19 ou evitar que as pessoas fiquem infetadas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.184 pessoas das 28.319 confirmadas como infetadas, e há 3.198 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (1,86 milhões contra 1,8 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (111 mil contra 160 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

 

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