SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Costa ataca quem explora o clima do momento para criticar o Governo

LUSA
07-05-2020 16:47h

O primeiro-ministro criticou hoje quem procura explorar "o clima do momento" para atacar a atuação do Governo perante a pandemia de covid-19, dizendo que esses tanto falam em excessos de burocracia, como recusam ajustes diretos nas contratações.

António Costa falava no debate quinzenal, na Assembleia da República, após uma intervenção do deputado socialista Luís Testa.

Nesta resposta, o primeiro-ministro reagiu às críticas que têm sido feitas à atuação do seu executivo nesta fase do país, sustentando que, "quem anda há vários anos na política, não pode ter ilusões sobre qual é o ritmo da política".

"No princípio, tudo é de menos. Depois, tudo foi em excesso. Na nossa ação política, não nos deixaremos condicionar pelo clima do momento. Devemos fazer em cada momento aquilo que é racional, tendo sempre presente que esta não é uma corrida de cem metros, mas uma longa maratona com um fim incerto quanto ao momento", declarou.

António Costa procurou em seguida desmontar algumas das críticas que o seu executivo tem sido alvo, considerando que "um tempo médio de decisão de 16 dias" para uma medida como o regime simplificado de lay-off, "não se pode considerar exagerado".

"Muitos apontam o dedo à burocracia, mas esses são os mesmos que também há mês e meio diziam que havia atrasos na aquisição de material e que agora colocam em causa que se proceda à aquisição de material por ajuste direto e que tudo se deveria fazer pela burocracia dos concursos públicos", apontou António Costa.

Ainda de acordo com o primeiro-ministro, os que seguem este caminho de crítica, dentro de uns meses, "serão também os mesmos que vão apontar o dedo aos autarcas que fizeram hospitais de campanha que depois não vieram a ser necessários".

"Ou até nos vão perguntar qual a razão para andarmos a comprar milhares de ventiladores, quando nunca houve mais de 300 pessoas ligadas a ventiladores por causa da crise da covid-19", disse ainda o primeiro-ministro, recebendo palmas da bancada do PS.

Antes de António Costa, o dirigente da bancada socialista Luís Testa deixou uma série de questões sobre a responsabilidade da União Europeia no combate à crise provocada pela pandemia de covid-19.

"Até que ponto perceberá a Europa que uma crise desta dimensão tem de ter uma resposta global e não um mero somatório de respostas? Até que ponto saberá a Europa, detentora dos mecanismos de políticas financeiras, económicas e monetárias, estar à altura da sua responsabilidade?", perguntou o deputado do PS eleito pelo círculo de Portalegre.

Luís Testa defendeu ainda a tese de que a história dos países e das sociedades é feita de ciclos e, no caso de Portugal, "que recuperava de uma crise, tem de ter uma lição tirada".

"Não é resposta, não pode ser resposta acrescentar austeridade à crise", concluiu Luís Testa.

MAIS NOTÍCIAS