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Covid-19: APED quer reavaliação da abertura do retalho não prevista para maio

LUSA
30-04-2020 22:21h

O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) disse à Lusa que vai apresentar argumentos ao Governo para que haja uma reavaliação sobre a reabertura do retalho que não está prevista para 18 de maio.

O comércio local, cabeleireiros, manicures e similares, livrarias e comércio automóvel retomam atividade na segunda-feira, os restaurantes e cafés em 18 de maio, enquanto as lojas dos centros comerciais só em junho, de acordo com o Plano de Desconfinamento do Governo, hoje divulgado.

"Vamos dar argumentos ao Governo e demonstrar que as boas práticas que foram observadas no retalho alimentar podem ser aplicadas ao retalho especializado e que, com isso, possa haver uma reavaliação e uma eventual correção de rota para avaliar outras possibilidades que para já não estão previstas para o 18 maio", afirmou Gonçalo Lobo Xavier, em declarações à Lusa.

"Vamos explicar como pretendemos manter estes níveis de segurança e vamos mostrar ao Governo que há outras possibilidades", sublinhou o diretor-geral, considerando que "a questão da segurança deve prevalecer mais do que o critério de determinadas atividades e a métrica dos metros quadrados".

O responsável salientou que gostaria que na segunda-feira "estivessem outras tipologias e formatos" de comércio abertos, apontando que "os centros comerciais são mais seguros".

Por isso, a APED reitera que o critério de reabertura não podem ser as tipologias de negócios, nem o tamanho, "tem de ser a segurança".

Gonçalo Lobo Xavier classificou ainda de "positiva" a possibilidade de, a partir de 18 de maio, poderem abrir lojas até 400 metros quadrados em todos os negócios.

Isto significa, por exemplo, que uma loja de desporto que tenha um espaço superior e esteja fora de um centro comercial possa reabrir, "confinando o espaço físico a 400 metros quadrados para poder operar".

Isto "são sinais positivos", disse, salientando que a APED vai tentar nestas duas primeiras semanas sensibilizar o Governo sobre a segurança do retalho especializado dos seus associados, nomeadamente as lojas que estão em centros comerciais.

Gonçalo Lobo Xavier destacou ainda a questão das galerias, uma tipologia de comércio que não configura na imagem de centro comercial e que existe fora dos grandes centros urbanos.

A APED pretende sensibilizar o Governo sobre este tema, considerando que "é possível abrir" as lojas que estão nas galerias ainda em maio, que mesmo "não sendo na rua, não configuram insegurança".

Destacou ainda o facto de estar a ser disponibilizado, em alguns dos associados da APED do retalho alimentar, máscaras.

"É uma questão importante, as pessoas têm de se sentir seguras, têm de ter confiança de que podem sair à rua com cuidados especiais, mas que o risco pode ser mitigado pela utilização da máscara, pela higienização das mãos na entrada das lojas. Há um conjunto de procedimentos para dar confiança e segurança junto do consumidor", salientou.

"Há uma preocupação pela segurança e pelo equilíbrio da economia", rematou o diretor-geral da APED.

A partir de segunda-feira, 04 de maio, o comércio local, que inclui lojas com porta aberta para a rua até 200 metros quadrados, cabeleireiros, manicures e similares, livrarias e comércio automóvel, independentemente da área, pode retomar a atividade.

A partir de 18 de maio será a vez das lojas com porta aberta para a rua até 400 metros quadrados ou partes de lojas até 400 metros quadrados (ou maiores por decisão da autarquia), bem como os restaurantes, cafés e pastelarias/esplanadas, refere o Plano de Desconfinamento, que hoje foi apresentado pelo primeiro-ministro, António Costa, em conferência de imprensa.

Em 01 de junho, é a vez das lojas com área superior a 400 metros quadrados ou inseridas em centros comerciais retomarem a sua atividade.

O Governo impõe condições para a abertura do comércio e restauração, no âmbito da mitigação à propagação da pandemia de covid-19.

Nas lojas, é obrigatório o uso de máscara. O seu funcionamento será a partir das 10:00 "para as lojas que reabrem", refere o Plano de Desconfinamento.

No segmento de cabeleireiros e similares, o atendimento é feito "por marcação e condições específicas".

Já no caso dos restaurantes, o limite da lotação é de 50%, com "funcionamento até às 23:00" e com condições específicas.

No comércio local, no que respeita às lojas com porta aberta para a rua até 200 metros quadrados, a lotação é de cinco pessoas por 100 metros quadrados.

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