SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: BE concorda com reabertura, mas recusa “chantagem” sobre trabalhadores

LUSA
30-04-2020 22:05h

A coordenadora do Bloco de Esquerda admitiu hoje que a reabertura da economia, apesar da pandemia de covid-19, mas avisou que os portugueses não podem sentir-se chantageados a voltar ao trabalho e é preciso dar-lhes condições.

Em entrevista à CMTV, Catarina Martins afirmou compreender “a necessidade de reabertura” parcial da atividade no país, horas depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado o plano do Governo em três fases, e insistiu no “apoio económico e social necessários” a quem tem necessidades.

É preciso, afirmou, que “os trabalhadores não se sintam chantageados a voltar a trabalhar, mesmo que as condições de saúde pública não obriguem porque estão a perder muito salário ou o emprego”.

Catarina Martins advertiu que “os passos” do plano em três fases, até junho, não podem ser dados “como garantidos” e concordou com Costa que as fases seguintes só podem ser decididas “avaliando o que aconteceu na anterior”.

A coordenadora bloquista insistiu na necessidade de Portugal e a União Europeia, “de uma forma geral”, terem “a capacidade financeira suficiente para apoiar as pessoas o tempo que for necessário”.

E afirmou a sua especial preocupação com o apoio ao emprego, a necessidade de investimento e ainda com alguns grupos de risco, os mais idosos, que são mais vulneráveis à covid-19, que já matou quase mil pessoas em Portugal.

É necessário, argumentou, além de um aumento dos testes, desdobrar os lares que “estão sobrelotados” e dar garantias de higiene e segurança aos trabalhadores que regressam à atividade, ou permitir que “quem tem risco particular”, como uma doença, possa “manter-se em teletrabalho ou em casa sem trabalhar, mas garantindo o seu salário”.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 230 mil mortos e infetou mais de 3,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. 

Em Portugal, morreram 989 pessoas das 25.045 confirmadas como infetadas, e há 1.519 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

MAIS NOTÍCIAS