A companhia, com sede em Miami, nos Estados Unidos (EUA), detalhou que está a reunir 18 cruzeiros no arquipélago das Bahamas, para repatriar em nove das embarcações 10.000 tripulantes “saudáveis”, em alusão aos casos de covid-19 confirmados em barcos de turismo de várias empresas a nível global.

Segundo um comunicado divulgado pela Carnival, os marinheiros ficaram retidos nos barcos da companhia após as restrições ao tráfego aéreo impostas pelos EUA para países da Ásia, África, Europa, Índia e América do Sul, face ao surto do novo coronavírus.

Os trabalhadores da Carnival que serão repatriados foram submetidos a um controlo sanitário antes de serem autorizados a viajar, sublinhou a empresa.

“A temperatura corporal de todos os membros da tripulação é medida diariamente e medirão novamente no processo de aterragem”, explicou a Carnival.

Os 18 navios estiveram em vários portos marítimos dos EUA, sendo que nove deles navegarão para os destinos dos trabalhadores, na América do Norte, enquanto os restantes ficarão ancorados nas Bahamas e no Panamá e reduzirão o número de tripulantes para níveis mínimos.

Em dias anteriores, partiram da Austrália e de Long Beach, no Estado da Califórnia, cerca de 6.000 tripulantes em três embarcações e em voos fretados, enquanto outros 3.000 permaneceram a bordo, ficando responsáveis pelos cruzeiros.

A Câmara Internacional de Navegação (ICS, na sigla inglesa) referiu hoje que existem cerca de 1,2 milhões de marinheiros a bordo de 65.000 navios comerciais e turísticos no mar, dos quais é “urgente” repatriar cerca de 150.000 dos tripulantes.

O secretário-geral da ICS, Guy Platten, realçou que, nos últimos dois meses, “a mudança das tripulações parou por completo”.

Antes de 13 de março, quando a Carnival suspendeu as suas operações devido ao novo coronavírus, estavam a bordo de 27 cruzeiros cerca de 29.000 tripulantes, dos quais cerca de 10.000 foram enviados para os seus países por via áerea.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 230 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.