"A segunda vaga vai vir. Estamos disponíveis para consensualizar com o Governo [Regional] todas as medidas necessárias para estimular a economia, proteger a saúde, apoiar os nossos agricultores, lavradores", declarou Artur Lima.

O presidente dos centristas açorianos falava em entrevista à RTP/Açores a propósito do combate à pandemia de covid-19 na região.

Para Artur Lima, os açorianos têm sabido dar "um sinal de solidariedade, partilha, de laços de pertença e união entre todos e entre ilhas", mas, apesar do abrandar de novos casos, "cuidados e 'caldos de galinha' nunca fizeram mal a ninguém".

"É preciso muito cuidado", acrescentou o também líder da bancada do CDS no parlamento dos Açores, que defendeu ainda uma abertura progressiva da economia, "começando por algumas ilhas" menos afetadas pela pandemia, "mas mantendo muito seriamente as regras de etiqueta respiratória e distanciamento social".

O executivo regional, prosseguiu o centrista, devia, "como acionista da EDA", a empresa de eletricidade dos Açores, reduzir as tarifas das famílias e das empresas em 50%, e, além desta proposta, o partido avançou já com outras "medidas possíveis de consensualizar" e que consistem em estímulos "à economia, famílias e aos jovens profissionais independentes", entre outros.

O dirigente centrista mostrou-se também preocupado, na entrevista à RTP açoriana, com os índices de pobreza da região e um possível agravamento do indicador com a atual pandemia.

Desde o início do surto foram confirmados 138 casos da covid-19 nos Açores, 90 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 37 recuperações (23 em São Miguel, oito na Terceira, cinco em São Jorge e uma no Pico) e 11 mortes (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (100), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).

A pandemia de covid-19 já matou 214.451 pessoas e infetou mais de três milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo dados oficiais divulgados pela agência AFP.