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Covid-19: Parque Biológico de Gaia com reabertura por decidir prepara medidas preventivas

LUSA
28-04-2020 17:22h

O Parque Biológico de Gaia, que acolhe mais de 1.000 animais e está encerrado devido à covid-19, ainda não decidiu quando reabre, mas está a preparar medidas que podem incluir locais para lavagem de pés, indicou hoje fonte da câmara.

Tradicionalmente, esta deveria ser uma época de grande afluência de grupos de escolas ao Parque Biológico localizado em Avintes, concelho de Vila Nova de Gaia, mas a pandemia do novo coronavírus tirou ao local a azafama das crianças e devolveu aos animais o silêncio, deixando-nos menos em estado de alerta.

"Estamos em plena primavera, época de acasalamento e reprodução para muitas espécies. Nota-se no comportamento dos animais uma maior serenidade e confiança, não precisando de estar sempre alerta com toda a perturbação que esta altura costumava ter com numerosas visitas escolares", contam os responsáveis do parque, em resposta remetida à agência Lusa pela autarquia.

A data de reabertura dos cerca de 35 hectares do Parque Biológico de Gaia, espaço com quase quatro décadas, ainda não está decidida, mas os responsáveis estão a prepará-la, admitindo que a redução do número de visitantes em circulação será uma das possíveis medidas de contingência.

Na resposta enviada à Lusa, o Parque Biológico acrescenta que está a ser equacionada a hipótese de instalar "pedilúvios" (locais para lavagem de pés) à entrada e saída do espaço, bem como a disponibilização de máscaras e desinfetante para as mãos na entrada e casas de banho.

Já nas zonas de receção e de vigilância poderão ser criadas barreiras em acrílico entre os visitantes e funcionários e reforçada a limpeza e desinfeção.

"Outras medidas deverão ser tomadas em relação à utilização de outros espaços e equipamentos, tais como parque de merendas, parque infantil, auditório", refere a informação sobre um parque que recebeu 92.111 visitas em 2019.

No Parque Biológico mantiveram-se os habituais cuidados, nomeadamente alimentação, limpeza e higiene, bem como de saúde e vigilância dos animais, estando este a trabalhar com duas equipas que fazem turnos alternados e foi feito um 'stock' de alimento para os animais.

"Antevendo a necessidade de assegurar os cuidados aos animais e a saúde de todos os tratadores, logo no início de março foram estabelecidas alterações à rotina de trabalho no setor veterinário e zootécnico, mas também noutros setores", contam os responsáveis.

Para alimentar os cerca de 1.000 animais de 200 espécies acolhidos no Parque Biológico de Gaia são necessários, por mês, entre 150 a 180 fardos de forragens, 300 a 350 quilos de carne e 350 a 400 quilos de peixe, bem como 600 quilos de frutas e legumes. Somam-se 3.200 a 4.000 quilos de outras rações.

Sem dificuldade em garantir a comida - porque "a aquisição de bens não está dependente da receita das entradas de visitantes", como garantiu à Lusa fonte da Câmara de Vila Nova de Gaia - o Parque Biológico optou por colocar 22 funcionários em teletrabalho, três em trabalho contínuo, com descanso ao fim de semana, e 48 em turnos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 211 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 832 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 948 pessoas das 24.322.

confirmadas como infetadas, e há 1.389 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde, sendo que o concelho de Vila Nova de Gaia regista hoje 1.263 casos de infeção.

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