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Covid-19: Refugiado sírio de 17 anos morto por polícia turca por sair à rua

LUSA
28-04-2020 13:15h

Um refugiado sírio de 17 anos que violou a proibição de sair à rua imposta no âmbito da pandemia da covid-19 foi morto a tiro por um polícia quando tentava fugir de uma esquadra na Turquia.

Ali el Hemdan, o jovem morto, estava a voltar para casa depois de ter estado a trabalhar na segunda-feira, quando a polícia o deteve num controlo de rotina, de acordo com vários testemunhos recolhidos pelo jornal Evrensel.

O refugiado levou um tiro no peito quando tentou evitar o controlo, provavelmente para evitar a multa de 470 euros por incumprimento da proibição de menores de 18 anos de idade saírem à rua, não havendo para esta faixa etária qualquer exceção na Turquia.

A vítima foi transferida para um hospital, mas acabou por morrer.

“A.H. [Ali el Hemdan] não seguiu os avisos da polícia para parar e fugiu. Foi ferido acidentalmente quando a polícia atirou para o avisar” que tinha de parar, disse o governador da província de Adana em comunicado hoje divulgado, indicando que o agente da polícia que disparou o tiro foi suspenso enquanto decorre uma investigação sobre o que aconteceu.

Dos quase três milhões de sírios em idade ativa que vivem na Turquia, apenas cerca de 80.000 têm permissão de trabalho.

Os restantes trabalham numa economia paralela que sofreu com as medidas adotadas pelo Governo para reduzir o contágio do coronavírus que provoca a doença da Covid-19, como o encerramento de cafés, bares e lojas.

De acordo com um balanço oficial divulgado no domingo, a Turquia regista 2.800 mortes e mais de 110.000 casos de pessoas infetadas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 211 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 818 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (56.164) e mais casos de infeção confirmados (cerca de um milhão).

Seguem-se Itália (26.977 mortos, quase 200 mil casos), Espanha (23.822 mortos, perto de 211 mil casos), França (23.293 mortos, cerca de 166 mil casos) e Reino Unido (21.092 mortos, mais de 157 mil casos).

Por regiões, a Europa soma mais de 126 mil mortos (perto de 1,4 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 58 mil mortos (mais de um milhão de casos), América Latina e Caribe mais de 8.300 mortos (quase 170 mil casos), Ásia mais de 8.100 mortos (mais de 206 mil casos), Médio Oriente mais de 6.400 mortos (cerca de 160 mil casos), África mais de 1.400 mortos (mais de 32 mil casos) e Oceânia 109 mortos (mais de oito mil casos).

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