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Covid-19: Autoridades guineenses autorizam circulação até às 14:00 e proíbem mototáxis

LUSA
27-04-2020 19:22h

O Governo da Guiné-Bissau, nomeado pelo Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, autorizou hoje a circulação de pessoas até às 14:00 e proibiu os mototáxis no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Em declarações após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, realizada na sequência do prolongamento do estado de emergência até 11 de maio, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Serifo Jaquité, disse que a circulação "que estava limitada até às 11:00” foi estendida “até às 14:00”.

O Governo guineense tinha limitado a circulação de pessoas ao período entre as 07:00 e as 11:00 locais, tendo, depois, estendido até às 12:00, sendo que os últimos 60 minutos deveriam ser aproveitados pelas pessoas para regressarem a casa.

O ministro do Governo de Nuno Nabian revelou também que está proibido o transporte de passageiros em motorizadas.

"As motorizadas não podem fazer o transporte de passageiros", afirmou Serifo Jaquité, acrescentando que as restantes medidas preventivas de combate à covid-19 se vão manter até 11 de maio.

No âmbito do combate à pandemia, as autoridades guineenses encerraram também as fronteiras, bem como serviços não essenciais, incluindo restaurantes, bares e discotecas, e locais de culto religioso.

O estado de emergência foi declarado pela primeira vez no país em 28 de março e já foi prolongado duas vezes.

A Guiné-Bissau regista hoje 74 casos de covid-19, uma vítima mortal e três recuperados.

O país tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), não aceitou a derrota na segunda volta das presidenciais de dezembro e considerou que o reconhecimento da vitória do seu adversário pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental é "o fim da tolerância zero aos golpes de Estado" por parte da CEDEAO.

Umaro Sissoco Embaló demitiu o Governo do primeiro-ministro Aristides Gomes (PAIGC), que mantém o apoio da maioria no parlamento da Guiné-Bissau, e nomeou outro liderado por Nuno Nabian, tendo considerado na semana passada que esta nomeação respeita a Constituição do país.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 207 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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