O Ministério da Saúde de Moçambique manifestou-se hoje preocupado com o grau de circulação de pessoas, a três dias para o fim do estado de emergência decretado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus no país.
"A limitação de circulação interna de pessoas: a classificação do grau de implementação é insuficiente, porque apesar das medidas decretadas, existe ainda muito movimento de pessoas a nível das vias públicas nas estradas", disse hoje o ministro da Saúde, Armindo Tiago.
O governante falava em Maputo, durante um encontro de trabalho entre o Presidente moçambicano e a Comissão Técnico Científica da Prevenção da Covid-19.
O ministro da Saúde defendeu o reforço das ações de sensibilização, lembrando que o objetivo do encerramento de escolas e estabelecimentos de diversão é reduzir o grau de circulação para conter a propagação da doença.
No geral, o Ministério da Saúde (Misau) classifica a implementação do estado de Emergência como "suficiente", apesar da necessidade de sensibilização e fiscalização nos setores informais para o cumprimento do distanciamento social.
O Misau classificou o cumprimento da suspensão das aulas como "bom", embora a permanência dos estudantes no domicílio não pareça ter o impacto desejado.
A suspensão de eventos teve um cumprimento "bom", mas os desafios são as cerimónias fúnebres onde há mais pessoas do que o recomendado.
A obrigatoriedade de uso de medidas de prevenção em todas as instituições também teve um "bom" cumprimento, mas nota-se elevada carga de presenças.
"A recomendação é o uso de máscaras", para contrapor o cenário, afirmou o ministro da Saúde.
A requisição de prestação de serviços de saúde foi considerada "suficiente", uma vez que há pessoal e local que poderá estar disponível em caso de haver insuficiência, acrescentou.
Adoção de medidas de caráter monetário e fiscal encontra-se entre “suficiente” e “bom”, porque abrange o setor formal, fácil de controlar.
A estratégia de comunicação governamental foi apontada como "boa", mas o desafio consiste em como se vai envolver a participação das lideranças comunitárias no processo.
Moçambique, que vive o estado de emergência durante o mês de abril, tem um total de 76 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem registo de mortes.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.423, com 31.933 casos da doença registados em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Guiné Equatorial lidera em número de infeções (258) e uma morte, seguido de Cabo Verde (106 e uma morte), Guiné-Bissau (53 e uma morte), Angola (26 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe tem quatro casos confirmados.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.