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Covid-19: Hastear bandeira amarela para proteção do nadador-salvador é uma sugestão

Canal S+ / DFM
27-04-2020 16:18h

O presidente da Resgate – Associação de Nadadores Salvadores do Litoral Alentejano, sugeriu, em entrevista ao S+, a possibilidade de manter hasteada a bandeira amarela nas praias portuguesas durante a época balnear. O objetivo é garantir a segurança do nadador-salvador, uma vez que o salvamento aquático obriga a uma grande aproximação deste profissional à vítima e, por consequência, uma maior probabilidade de contágio por covid-19.

De acordo com o algoritmo de salvamento aquático do nadador-salvador, este tem de se aproximar da vítima e manter-se a uma distância de segurança de 3 a 4 metros, por forma a avaliar o seu estado de consciência, no entanto, esta distância pode sempre oscilar à mercê da maré que é capaz de, involuntariamente, empurrar o profissional para junto do banhista em dificuldades.

Perante este cenário, António Mestre, fala de “um grande risco” uma vez que a vítima pode tossir e deixar gotículas em suspensão que de seguida serão “aspiradas” pelo nadador-salvador que vai estar em esforço. Por isto, o dirigente sugere a colocação da bandeira amarela, que nos diz para tomar banho sem nadar, o máximo de tempo possível.

Sabendo que mesmo tomando todas as medidas preventivas o perigo continua à espreita, numa situação em que o salvamento aquático seja inevitavelmente necessário, o dirigente fala de uma distância de segurança de 10 metros, alterando assim o algoritmo, e uma abordagem sempre pela retaguarda.

No caso de uma vítima em paragem cardiorrespiratória, o suporte básico de vida é vital e implica compressões torácicas e insuflações, no entanto, estas últimas estão “proibidas”. Também o método VOS (ver, ouvir e sentir a respiração) não se aplica, tendo o profissional que observar apenas os movimentos torácicos ou sentir o pulso, sempre com a boca da vítima tapada, por exemplo, com algum tecido, para prevenir potenciais espasmos e consequentemente tosse na direção do socorrista.

A solução poderá passar pelo recurso a um equipamento específico, que seria adquirido pelos concessionários, como um insuflador manual que permita fazer ventilação, luvas, óculos, máscaras, fatos.

António Mestre alerta para a importância destas normas uma vez que o seu incumprimento pode levar a que o socorrista aquático tenha de ser levado para o hospital, ser submetido a testes e ficar em quarentena. “Agora levanto outra pergunta, e quem vigia depois esta praia?”.

A TSF refere que estas preocupações já foram transmitidas ao gabinete do primeiro-ministro, tendo recebido resposta, via correio eletrónico, garantindo que o assunto foi encaminhado para o Ministério do Ambiente.

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