Os hospitais vão iniciar a avaliação ao estado nutricional dos doentes. A identificação do risco nutricional vai avançar com duas experiências-piloto - na Unidade Local de Saúde do Alto Minho e no Centro Hospitalar de Lisboa Central. O comunicado do Ministério da Saúde afirma que o alargamento a todos os hospitais pode acontecer a partir do segundo semestre.
Segundo a tutela, esta medida, "tem potencial para envolver cerca de 800 mil doentes por ano" e é "um passo essencial na implementação de uma estratégia de combate à desnutrição hospitalar, promovendo a recuperação dos doentes e o aumento da qualidade de vida, tal como o despacho 6634/2018 determina".
Estima-se que a desnutrição em doentes internados seja entre 20% e 50%, sendo por isso necessário promover o suporte nutricional adequado à recuperação.
Com esta avaliação, pretende-se trazer ganhos em termos de qualidade de vida e na recuperação do estado de saúde, podendo ainda contribuir para reduzir úlceras de pressão e reduzir custos, uma vez que a desnutrição está associada a internamentos mais longos, sobretudo de cidadãos mais idosos.
Este desenvolvimento foi analisado numa reunião que decorreu no Ministério da Saúde, liderada pela Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, e em que estiveram presentes representantes da Ordem dos Nutricionistas, entre eles a Bastonária Alexandra Bento, da Direção-Geral da Saúde (através da Diretora do Programa Nacional para Alimentação Saudável, Maria João Gregório) e dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
Estes desígnios estão alinhados com a Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS) que, numa lógica da saúde em todas as políticas, tem promovido ganhos em saúde resultantes de intervenções nos variados determinantes de alimentação.
O comunicado adianta ainda que está a decorrer a fase de conclusão da adaptação da plataforma informática do Sistema Clínico hospitalar, com vista à integração da ferramenta de avaliação do risco nutricional. Os passos seguintes serão:
Implementar faseadamente a ferramenta de avaliação de risco nutricional nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde;
Começar a integração através de dois projetos-piloto a iniciar até final de abril;
Avaliar esta integração, acautelando as necessidades técnicas e funcionais de cada instituição incluindo as diferentes realidades dos sistemas de informação;
Criar uma comissão de acompanhamento que avaliará esta implementação, integrada por todas as entidades presentes nesta reunião, e ainda responsáveis técnicos pelas duas unidades piloto, a designar;
Apresentar até ao final de julho as conclusões emanadas por esta comissão, tendo em vista o alargamento aos restantes hospitais do Serviço Nacional de Saúde.