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Presidente da CCILB garante que diretores de dois bancos brasileiros disseram-lhe estar a pedir licenças para operar em Portugal

Lusa
21-11-2024 20:32h

O Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso Brasileira (CCILB) disse hoje à Lusa que recebeu de diretores de dois bancos brasileiros a informação de que estariam a solicitar licenças ao Banco de Portugal para operarem no mercado português.

"A informação que recebi foi de dois diretores de bancos brasileiros, que me informaram que estariam solicitando licença para operarem em Portugal, se não formalizaram ainda, deverá ser uma questão de tempo", afirmou à Lusa Otacílio Soares, reagindo, assim à notícia publicada hoje pelo Jornal Económico, que revela que o Banco de Portugal nega ter "atualmente" qualquer processo de autorização de bancos do Brasil em curso.

"Ao contrário do que anunciou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso Brasileira (CCILB), 'atualmente, não existe nenhum processo de autorização (de constituição ou aquisição de participações qualificadas) solicitado por entidade com sede no Brasil (ou cujo acionista último esteja domiciliado nesse país)', revela o Banco de Portugal", escreve hoje o Jornal económico.

A 11 de novembro, o presidente da CCILB disse que há um grande interesse da banca brasileira pelo mercado português e adiantou que pelo menos dois bancos do Brasil teriam pedido licenças para operar em Portugal.

Numa entrevista à Lusa a propósito de investimentos brasileiros em Portugal, Otacilio Soares da Silva Filho disse que há interesses de grandes empresas brasileiras em investir nos setores da banca, da saúde e da construção civil, portugueses, neste último caso na habitação em grande escala.

E acrescentou: "pelo menos dois" bancos brasileiros avançaram com pedidos de licença ao Banco de Portugal para poderem operar no mercado português.

"Agora, atendem pelos processos do Banco de Portugal", afirmou, sublinhando que "os empresários do setor financeiro brasileiro respeitam o ritmo das autoridades portuguesas".

Segundo este responsável, o projeto inicial destes bancos não se destina ao mercado de retalho, ou seja, ao fornecimento de serviços financeiros para famílias e pequenas empresas, como gestão de crédito, depósito e dinheiro, nos seus balcões ou agências.

"O retalho português já está bem atendido pelos grandes bancos de retalho. Por isso, os interesses brasileiros vêm primeiro num conceito do seu campo digital, em que o Brasil é bem desenvolvido", esclareceu. E é aí que "vão demonstrar aos clientes portugueses o que é que pode ser feito de forma digital".

Além disso, aquelas instituições financeiras a que se refere não têm a intenção de investir pela via da aquisição de outros bancos. "O interesse mesmo é ter uma autorização nova, que começa do zero", sublinhou.

Para o presidente da CCILB, os bancos brasileiros “sentem-se atraídos pelos avanços na tecnologia financeira e pelo ambiente regulatório favorável" em Portugal, referindo que “o Banco Itaú e grupos de 'fintechs' [tecnologia financeira] estão explorando o mercado português".

Já na saúde, disse que há grandes empresas brasileiras em consulta e negociação para "a consolidação de clínicas dentárias e de dermatologia, para aquisição de hospitais regionais e também para cuidados paliativos" em Portugal.

"Há negociações em curso" com as autoridades portuguesas, adiantou, admitindo que algumas possam estar fechadas já "no decorrer de 2025".

Os investimentos, a concretizarem-se, ocorrerão em todo o país.

Também duas empresas brasileiras do setor da construção civil estão a estudar com as autoridades portuguesas as possibilidades de investirem, por todo o país, na construção de habitação em larga escala.

"Nós, os brasileiros, estamos cientes de toda a atenção que o Governo português tem dado para procurar melhorar o nível de cotação das empresas, o nível de manutenção de bons profissionais em Portugal, com as questões de renda para as pessoas mais jovens, com menos de 35 anos", declarou, realçando que "isso tudo favorece na análise de investimento em Portugal".

À medida que estas empresas brasileiras estejam presentes na Europa, via Portugal, “sem dúvida” que faz sentido que o Banco do Brasil tenha uma presença mais forte em Portugal, defendeu também.

"É uma instituição que tem como dar suporte e apoio de maneira bastante vigorosa" a estes clientes e aos seus projetos, considerou.

"Um banco brasileiro trabalhando em Portugal com a sua carteira comercial pode favorecer a venda de produtos brasileiros feitos pelas empresas brasileiras que estão no mercado português” ou pode "providenciar financiamentos para ampliação das unidades industriais" dessas empresas, por exemplo, referiu.

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