O PCP considerou que as medidas saídas da cimeira europeia de resposta à crise da pandemia de covid-19 “empurram os Estados para novo endividamento” e alertou para indefinição quanto a montantes das ajudas a Portugal.
Numa declaração enviada às redações, o eurodeputado comunista João Ferreira sublinhou ainda que a “questão essencial” é saber-se “quanto é que Portugal vai receber nos próximos sete anos” e que “veja reforçadas as verbas".
"Além da confirmação de medidas que empurram os Estados para novo endividamento, o Conselho Europeu fica, mais uma vez, marcado pela indefinição, divisão e adiamento e pelo anúncio de um suposto fundo de recuperação sobre o qual se desconhecem montantes, condições e condicionalidades”, lê-se no comunicado de três parágrafos e 730 carateres.
As notícias de que o orçamento da União Europeia “poderá ser mais reduzido suscita naturais preocupações, com a possibilidade de diminuição de verbas da coesão” e pode levar a concluir que, “no fundo, seria tirar com uma mão o que eventualmente se dará com outra”.
Os chefes de Estado e de Governo da UE, reunidos na quinta-feira por videoconferência, encarregaram a Comissão Europeia de apresentar urgentemente uma proposta de fundo de recuperação da economia europeia para superar a crise provocada pela pandemia de covid-19, associado ao próximo Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento europeu para 2021-2027, que será também objeto de uma nova proposta da Comissão.
O Conselho Europeu aprovou também o pacote de emergência de resposta à crise acordado há duas semanas pelo Eurogrupo, no montante global de 540 mil milhões de euros, indicando que o mesmo esteja operacional a 01 de junho.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou que, se o fundo de recuperação económica se concretizar nos moldes defendidos pela maioria dos Estados-membros europeus, os países vão dispor de uma bazuca contra a crise.