A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) lançou orientações para a atividade dos profissionais de saúde ligados ao tratamento de AVC, para que se garantam os devidos cuidados aos doentes durante a pandemia de covid-19.
"O esforço de resposta à pandemia no Serviço Nacional de Saúde está a ter, na ótica da SPAVC, um impacto negativo no funcionamento da Via Verde para o AVC e na capacidade da população em diferenciar uma situação emergente, como é um AVC, de uma situação potencialmente urgente, como é a infeção por SARS-CoV-2", realçou em comunicado a entidade.
A SPAVC vincou que está preocupada com "o impacto potencialmente dramático" sobre as taxas de mortalidade global em Portugal, bem como "no estado funcional dos doentes" com AVC.
Por isso, lançou este conjunto de recomendações dirigidas aos hospitais, centros de tratamento de AVC (primários e compreensivos) e profissionais de saúde da área, para "promover a manutenção de cuidados adequados aos doentes com AVC nesta situação pandémica", informou, destacando um "panorama considerado alarmante" por causa da pandemia do novo coronavírus.
A SPAVC definiu 11 eixos de atuação prioritários para manter os cuidados prestados aos doentes, procurando, por um lado, "uniformizar o tratamento atual do AVC por todo o país naqueles que são os pontos essenciais a avaliar, mas com a flexibilidade necessária para que cada equipa possa adaptar os procedimentos à sua realidade local".
Entre eles, estão a manutenção do acesso e tratamento aos doentes com AVC aos cuidados médicos, a reorganização dos centros para assegurar o tratamento endovascular, a proteção dos médicos e a sensibilização da população.
"O AVC continua a ser a principal causa de mortalidade e incapacidade permanente em Portugal, ocorrendo com a mesma prevalência e gravidade, mesmo perante a propagação da covid-19"", salientou a SPAVC.
E rematou: "No caso do AVC, a escala continua a ser aferida em minutos, enquanto na covid-19 falamos certamente de dias ou semanas".
Portugal contabiliza 820 mortos associados à covid-19 em 22.353 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 35 mortos (+4,5%) e mais 371 casos de infeção (+1,7%).
Das pessoas infetadas, 1.095 estão hospitalizadas, das quais 204 em unidades de cuidados intensivos, e o número de doentes curados aumentou de 1.143 para 1.201.