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Covid-19: ONU em “corrida contra o tempo” para conter pandemia no Iémen

23-04-2020 19:40h

A coordenadora residente da ONU no Iémen, Lise Grande, assegurou hoje que as agências humanitárias protagonizam “uma corrida contra o tempo” para conter a propagação do novo coronavírus no Iémen, que já regista a pior crise humanitária do planeta.

“A ameaça da covid-19 é tão aterradora que temos de fazer tudo o que pudermos para deter a expansão do vírus e ajudar as pessoas que possam contraí-lo”, afirmou Grande em comunicado.

Perante esta ameaça, as agências na ONU estão a ajudar as autoridades iemenitas para que se previnam perante um surto da doença infecciosa num país devastado por cinco anos de conflito armado e onde cerca de metade dos 28,5 milhões de habitantes não têm acesso a assistência médica.

“Temos de ser francos, os prognósticos são desfavoráveis. Estamos a apoiar a maior operação humanitária do mundo, que todos os meses é dirigida a 13 milhões de pessoas”, disse Grande, numa referência à mais grave crise humanitária à escala global segundo as Nações Unidas

A coordenadora acrescentou que as condições em que trabalham as agências humanitárias são “restritivas” e em algumas zonas inclusive “paralisantes”, para além de não possuírem os recursos suficientes devido à ausência de financiamento.

No entanto, Grande assegurou que através dos recursos disponíveis, diversas agências, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estão “a promover passos decisivos” para obter e distribuir material sanitário, formar pessoal e consciencializar a população do país árabe.

“No Iémen vai ser muito difícil lutar contra a covid-19 (…). Após cinco anos de conflito, um bloqueio debilitante e o colapso dos salários do setor público, menos de 50% das instalações sanitárias funcionam na totalidade”, admitiu Grande.

“Não é realista esperar que um sistema sanitário que é frágil, e em muitas áreas destroçado, responda a uma crise da dimensão da covid-19”, sublinhou.

A coordenadora recordou que no Iémen, cerca de 80% da população necessita de algum género de assistência humanitária e de proteção.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 184 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (46.785) e mais casos de infeção confirmados (mais de 842 mil).

Por regiões, a Europa soma mais de 114 mil mortos (mais de 1,2 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá quase 49 mil mortos (mais de 882 mil casos), Ásia quase 7.500 mortos (mais de 182 mil casos), América Latina e Caribe mais de 6.100 mortos (mais de 122 mil casos), Médio Oriente perto de seis mil mortos (mais de 138 mil casos), África mais de 1.200 mortos (mais de 25 mil casos) e Oceânia 97 mortos (cerca de oito mil casos).

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