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Covid-19: OMS elogia programa de testes da África do Sul

LUSA
23-04-2020 19:27h

A diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, Matshidiso Moeti, elogiou hoje o programa de testes da África do Sul ao novo coronavírus, assinalando que “estão a começar a ter um achatamento da curva”.

“A África do Sul continua o país mais afetado, com 3.300 casos, mas estão a começar a ter um achatamento da curva graças a algumas medidas que foram impostas”, afirmou Matshidiso Moeti, acrescentando que “a procura ativa de casos e o rastreio e isolamento de todos os contactos, assim como o distanciamento físico e as medidas de higiene continuam a ser a chave para parar” a covid-19.

De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde sul-africano, datados de hoje, a África do Sul registou 3.953 casos positivos em 143.570 testes realizados desde o início da pandemia. Entre estes casos positivos encontram-se 75 mortes e 1.473 recuperações.

Num comunicado emitido pela OMS, Moeti alertou para “o aumento preocupante de casos em alguns países da África Ocidental, assim como na Tanzânia”.

Da mesma forma, a diretora regional da OMS para África apontou que as medidas de distanciamento social estão também a prejudicar o acesso a serviços sanitários para outras doenças.

Matshidiso Moeti sublinhou que a existência da pandemia da covid-19 não deve prejudicar o combate a outras doenças, como a malária ou o Ébola.

“Amanhã [sexta-feira] começa a Semana da Vacinação Africana, e no sábado assinalamos o Dia Mundial da Malária. Estes são dois lembretes da importância dos serviços de saúde essenciais”, disse Moeti.

A responsável salientou que em 2018 houve registo de 213 milhões de casos de paludismo, incluindo 360 mil mortes relacionadas com a doença no continente africano, totalizando mais de 90% do total global.

“Estamos a estudar o impacto potencial da covid-19 na situação da malária. Uma análise recente concluiu que se as redes inseticidas deixarem de ser distribuídas, o número de mortes por malária na África Subsaariana pode duplicar em relação a 2018”, vincou.

A diretora regional destacou também a necessidade da imunização em África, notando que uma em cada quatro crianças africanas não está imunizada de forma suficiente.

“Para proteger as comunidades de doenças como o sarampo, pólio e a febre-amarela é imperativo que a imunização rotineira continue. As campanhas de imunização podem ser adiadas devido aos desafios do distanciamento físico, e os países vão precisar de aumentar estas atividades de forma rápida e segura assim que a transmissão da covid-19 esteja controlada”, afirmou Moeti.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 184 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Cerca de 700 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassou as 1.240, com quase 26 mil casos registados da doença em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

 

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