As comemorações oficiais do 25 de Abril foram canceladas em Oliveira do Bairro por decisão do presidente da Assembleia Municipal, Francisco Oliveira Martins, eleito pelo CDS-PP, que invocou as recomendações da Direção Geral da Saúde sobre a pandemia covid-19.
"No momento delicado, difícil e exigente que todos estamos a viver, de combate à pandemia do coronavírus / covid-19 com a máxima determinação e empenho, cabe aos responsáveis políticos estarem focados na prevenção e defesa da saúde dos nossos munícipes", justificou o autarca, em comunicação aos dirigentes das bancadas na Assembleia Municipal.
Na mesma carta, o líder da Assembleia Municipal explica que a sua decisão dá cumprimento "às recomendações da Direção-Geral da Saúde sobre a suspensão de eventos ou iniciativas públicas, realizados quer em locais fechados quer em locais abertos ao público.
Francisco de Oliveira Martins propõe, em alternativa, que cada líder de bancada, dos partidos representados na Assembleia Municipal, escreva "uma nota sobre a efeméride, que serão publicadas no próximo sábado, dia 25, na página de internet da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro (www.cm-olb.pt), no espaço reservado à Assembleia Municipal".
A decisão de Francisco Oliveira Martins surge em plena polémica sobre a sessão solene para assinalar o aniversário da "Revolução dos Cravos" na Assembleia da República.
Devido às restrições impostas pela pandemia, a Assembleia da República decidiu na semana passada realizar a sessão solene do 25 de Abril no parlamento com um terço dos deputados (77 dos 230 parlamentares) e menos convidados, com o gabinete de Ferro Rodrigues a estimar que estejam presentes cerca de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.
A decisão da conferência de líderes teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP - que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país - e o Chega foram contra.
O presidente do CDS-PP já anunciou que não irá à sessão solene do 25 de Abril por discordar do modelo de comemoração, considerando que "dá um péssimo exemplo aos portugueses e não respeita os sacrifícios que estão a fazer".