“Encorajamos o Presidente, Daniel Ortega, e a vice-presidente, Rosario Murillo, a iniciar imediatamente uma transição democrática, incluindo a restituição de garantias aos direitos humanos e eleições livres e justas”, realça o comunicado do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
O texto, citado pela agência EFE, destaca ainda que o objetivo é proporcionar “saúde, prosperidade e liberdade à Nicarágua”.
O país da América Central, liderada pelo ex-guerreiro sandinista Daniel Ortega, está a passar por uma grave crise política desde abril de 2018.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos apontou que Daniel Ortega abandonou o diálogo com a oposição política em julho de 2019 e que até ao momento não cumpriu os acordos estabelecidos pelos seus representantes em março de 2019.
O acordo incluía a restauração dos direitos civis, a libertação de presos políticos e o estabelecimento de uma grande reforma eleitoral.
A nota de Mike Pompeo foi divulgada numa altura em que se assinalam dois anos de crise no país da América Central, em que, segundo os Estados Unidos, já morreram pelo menos 325 pessoas inocentes.
“Mais de 70 presos políticos permanecem detidos”, alertou Mike Pompeo, acrescentando que a Polícia Nacional de Nicarágua e parapolícias mascarados continuam a espalhar o medo através de intimidação e violência contra ativistas e críticos, e os ataques à imprensa continuam "incessantemente”.
O secretário de Estado considerou ainda que a pandemia de covid-19 revela a “uma vez mais a má gestão de Daniel Ortega e Rosario Murillo”.
Mike Pompeo criticou a falta de liderança por parte do governante e o “desprezo” do seu Governo pelo “bem-estar da sua população ao evitar as medidas públicas necessárias para conter a covid-19”.
A Nicarágua contabiliza até agora nove casos confirmados de covid-19 e um morto.