A diretora-geral da Saúde defendeu hoje, em Sintra, que a literacia em saúde é uma ferramenta importante para a prevenção de doenças e para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.
A literacia em saúde é fundamental para a promoção da saúde, para a prevenção da doença e para a utilização eficaz e eficiente dos serviços, sendo importante também para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde", afirmou Graça Freitas na apresentação do Plano de Ação para a Literacia em Saúde.
Graça Freitas defendeu que a "saúde não se faz sem parcerias" e que o plano se insere numa "estratégia interministerial para a literacia em saúde".
"É importante, neste processo da literacia, que as pessoas percebam como é que podem navegar no sistema de saúde e nos sistemas que dão apoio à saúde", frisou Graça Freitas, nomeando as parcerias necessárias com os setores social e autárquico.
A responsável notou que o principal objetivo visa que "as pessoas fiquem mais capacitadas" para "fazerem opções saudáveis", no sentido de apostarem no envelhecimento ativo e saudável.
Sem esquecer o passado, quando a questão da literacia assentava na estratégia da educação para a saúde, por exemplo, o desafio do plano apresentado hoje reside agora na "ativação de comportamentos saudáveis", através de duas áreas prioritárias como a alimentação saudável e a prática de atividade física.
Para Graça Feitas, o cidadão tem de ser colocado "no centro das políticas nacionais" e não apenas do Ministério da Saúde: "O sucesso do desenvolvimento deste plano dependerá da estreita articulação e trabalho com todos os parceiros dos setores público, social e privado".
O Plano de Ação para a Literacia em Saúde -- 2019-2021 está aprovado pela tutela, mas a diretora-geral disse à agência Lusa que se trata de "um guião", que está a ser aplicado, embora sempre em construção e sem que se considere fechado.
O documento "foca-se numa abordagem ao longo do ciclo de vida, intergeracional, promovendo as escolhas informadas dos cidadãos", enquadrado com os objetivos e metas do Plano Nacional de Saúde, baseados nos princípios da "Cidadania em Saúde", "Equidade e Acesso aos Cuidados de Saúde", "Qualidade em Saúde" e "Políticas Saudáveis".
O chefe de Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar, da Direção-Geral de Saúde (DGS), Miguel Telo de Arriaga, disse, na apresentação do plano, que a mortalidade prematura deve-se em grande parte às doenças crónicas não transmissíveis.
O técnico da DGS enumerou os desafios que se colocam de "forma acrescida" e continuada quando "mais de um milhão de pessoas, em Portugal, tem 65 ou mais anos" e a "esperança de vida à nascença é agora de 81.3 anos".
"Nos últimos cinco anos, na Europa, conseguimos conquistar um aumento da esperança média de vida de um ano", referiu, avisando que os portugueses enfrentam outro "desafio complementar", pois se em 1995 se vivia 8.3 anos com qualidade de vida depois dos 65 anos, esse valor baixou para 7 anos em 2015.
"Vivemos mais anos, mas com menos qualidade de vida associada, portanto, este é um desafio extraordinariamente importante", alertou Miguel Telo de Arriaga.
Do Plano de Ação para a Literacia em Saúde espera-se, por isso, que contribua para "mitigar" os problemas e ajudar a modificar comportamentos dos cidadãos, disse.