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Covid-19: Empresários de Ovar pedem medidas de apoio a comércio local

LUSA
17-04-2020 20:56h

O Grupo de Apoio aos Comerciantes e Empresários do Município de Ovar (GACEMO), concelho onde às 23:59 de hoje termina o cerco sanitário que suspendeu a maioria da economia no concelho, diz que é "imperativo" apoiar o comércio local.

Em declarações à Lusa, o presidente da estrutura recém-criada no distrito de Aveiro mostra-se satisfeito com o levantamento do controlo de fronteiras e confiante de que as autoridades tomaram "a decisão correta mediante os indicadores que têm em seu poder" quanto à evolução epidemiológica da covid-19.

Henrique Araújo propõe-se sensibilizar a comunidade empresarial para a necessidade de continuar a "cumprir escrupulosamente" as devidas normas de segurança sanitária, ainda muito restritivas dada a manutenção do estado de emergência nacional até 02 de maio, mas adianta que o GACEMO irá agora dirigir "o foco da sua atuação" para o comércio tradicional local.

"É imperativo que os nossos comerciantes sintam apoio prático, traduzido em condições que capacitem o comércio tradicional para apostar no futuro e vencer, sob pena de, muito em breve, observarmos vários destes negócios a encerrar, criando um amontoado de lojas vazias, fechadas e com letreiros para arrendar, vender ou trespassar", afirma esse responsável.

Henrique Araújo defende, aliás, que esse cenário de abandono "seria uma catástrofe naquela que é a vivência em comunidade do município".

"Já iniciámos um plano estratégico com os comerciantes locais e estamos a promover reuniões de trabalho a fim de preparar um conjunto de ações e medidas para que se possa regressar à atividade rapidamente, sob o cumprimento das devidas regras de segurança", referiu.

Em paralelo, o presidente do GACEMO propõe-se continuar a "acompanhar o regresso da atividade industrial" ao território, uma vez que a retoma da normalidade a esse nível será também "importante para alavancar a economia do município".

Com uma área de 148 quilómetros quadrados, o município de Ovar viu-se em estado de calamidade pública devido à covid-19 no passado dia 17 de março e a 18 ficou sujeito a um cerco sanitário com controlo de entradas e saídas no território, suspensão da maior parte da atividade económica e proibição de circulação pública para outros efeitos que não o acesso a bens de primeira-necessidade, apoio médico e assistência a familiares.

Hoje à tarde, a Câmara Municipal de Ovar registava entre os seus cerca de 55.400 habitantes 25 óbitos e 604 casos de infeção confirmada. Às 20_00, a Direção-Geral da Saúde ainda atribuía ao concelho apenas 498 contaminados.

O novo coronavírus responsável pela presente pandemia de covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais quase 141.000 morreram. Ainda nesse universo de doentes, mais de 465.000 foram já dados como recuperados.

Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados se registaram a 02 de março, o último balanço da DGS indicava 629 óbitos entre 18.841 infeções. Entre esses doentes, 1.302 estão internados em hospitais, 493 já recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.

A 19 de março, o Governo decretou o estado de emergência em todo o país, o que vigorará até às 23:50 do dia 02 de maio.

O "Grande Confinamento" a que o planeta está sujeito para contenção da covid-19 levou o Fundo Monetário Internacional a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos de existência: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona Euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, antecipa-se este ano uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9%.

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