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Covid-19: Autoridades sanitárias dizem que “temem o pior” na capital da RDCongo

LUSA
15-04-2020 16:32h

As autoridades sanitárias da República Democrática do Congo (RDCongo) dizem que “temem o pior” em Kinshasa, onde a pandemia de covid-19, que já matou 21 pessoas no país, "está a entrar numa fase de crescimento exponencial", foi hoje anunciado.

Por seu lado, o Congo-Brazzaville, ultrapassou a barreira dos 100 casos confirmados, de acordo com o último balanço oficial também divulgado hoje.

Na RDCongo, “a pandemia da covid-19 está a entrar numa fase exponencial na província de Kinshasa (...) e o pico deste crescimento será atingido entre a primeira e a segunda semana de maio de 2020", afirmou o comité multissetorial da resposta à covid-19, num relatório da sua reunião de segunda-feira, revelado pela agência France-Presse.

"Durante este período, devemos esperar um afluxo significativo de doentes nas estruturas de saúde, que provavelmente estarão sobrelotadas. Se os esforços preparatórios atualmente em curso não forem concluídos a tempo, devemos temer o pior", acrescentou a comissão, num documento assinado pelo seu secretário técnico, Jean-Jacques Muyembe.

Desde o início da epidemia, declarada em 10 de março, a RDCongo registou 254 casos confirmados, incluindo 21 mortos e 21 doentes curados, afirmaram quarta-feira as autoridades.

A capital Kinshasa está no topo da lista (242 casos confirmados dos 254 no país).

Em Kinshasa, a equipa de resposta contra a covid-19 “constata que as medidas de distanciamento social são totalmente relaxadas e receia uma transmissão entre pessoas ‘intensa’ da doença durante o período crítico que está previsto para as próximas semanas”, adiantou.

Estes peritos recomendaram “o uso obrigatório das máscaras em todos os locais públicos e, em especial, nos transportes públicos e nos mercados".

Os especialistas sugeriram também "a extensão do confinamento às comunas vizinhas do Gombe".

Na vizinha República do Congo (Brazzaville), onde o primeiro caso de covid-19 foi detetado em 14 de março, foram registados 43 novos casos confirmados, elevando o seu total para 117, dos quais 11 foram curados, registando-se cinco mortes, segundo indicou hoje a ministra da Saúde, Jacqueline Lydia Mikolo.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Os Estados Unidos da América são o país com mais mortos (26.059) e mais casos de infeção confirmados (609.516) e, por regiões, a Europa somava hoje 85.272 mortos (mais de 1 milhão de casos) e África 874 mortos (16.285 casos).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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