O prolongamento da suspensão do calendário velocipédico pela União Ciclista Internacional (UCI), que inclui o adiamento da Volta a França, é uma decisão prudente, disse hoje à Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Segundo Delmino Pereira, a decisão hoje anunciada pela UCI é “um assumir definitivo do prolongamento da época, muito acima do que era expectável", o que vai ao encontro de "uma necessidade do ciclismo profissional".
A UCI decidiu prolongar a suspensão do calendário velocipédico para todas as provas até 01 de julho e para provas WorldTour até 01 de agosto, o que adiou também a Volta a França (29 de agosto a 20 de setembro) e a Volta a Itália e Volta a Espanha, para depois dos Mundiais de estrada, agendados entre 20 a 27 de setembro na Suíça.
"O ciclismo precisa de eventos âncora, que atribuem muito retorno publicitário, e isto é corresponder a essa necessidade. Também é uma atitude com alguma prudência, na perspetiva de que nessa altura as coisas estejam minimamente controladas e seja possível organizar os eventos. É um sinal de esperança, de prudência, e o corresponder às expectativas do ciclismo profissional", acrescentou.
Assim, 2020 assinala "uma época diferente", com o ciclismo "prolongado uns tempos". "Até novembro, vai ter de ser", assinalou.
Os Nacionais de estrada passam a decorrer em 22 e 23 de agosto para todos os países, incluindo Portugal, que tinha estas provas marcadas entre 19 a 21 de junho, em Paredes.
Esta alteração leva a prova de Elites masculinas e femininas, entre outros escalões etários, para o mesmo fim de semana das corridas das camadas mais jovens, lembrou Delmino Pereira.
"Neste momento, termos de ajustar o nosso calendário. É preciso perceber que, no fundo, o calendário mundial gira em torno da UCI, e todos os países saberão construir o seu calendário. Nós vamos fazê-lo e ajustá-lo a estas diretrizes", referiu.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).