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Governo açoriano admite urgência na recuperação de hospital, mas sem precipitações

LUSA
31-10-2025 14:20h

O Governo dos Açores admitiu hoje “urgência” na reconstrução do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), Ponta Delgada, mas insistiu que não devem existir decisões "precipitadas" por estar em causa uma unidade “para os próximos 30 anos".

“Aquilo que tem sido transmitido é que, efetivamente, há urgência, mas também não quero que se tomem decisões precipitadas, porque, como já tive oportunidade de dizer, estamos a projetar o hospital para os próximos 30 anos”, afirmou a secretária da Saúde e Segurança Social do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).

Mónica Seidi falava aos jornalistas após a sessão comemorativa do 26.º aniversário do HDES, em Ponta Delgada, que sofreu um incêndio em 04 de maio de 2024.

A secretária regional lembrou que foi criada uma comissão, presidida por Luís Maurício, para analisar os dois planos funcionais elaborados por empresas diferentes e as propostas dos diretores de serviço para o futuro daquela unidade de saúde.

“Estas decisões são técnicas. Não são decisões políticas. Têm de ser sustentadas para quem decide politicamente tomar as melhores decisões possíveis”, reforçou, dando o exemplo da externalização do serviço de diálise.

Mónica Seidi garantiu, contudo, que o prazo de trabalho da comissão de análise continua a ser 31 de dezembro.

“Não vamos avançar para um projeto de execução sem ter um programa preliminar”, sinalizou.

A secretária regional adiantou que a partir do próximo ano o Hospital de Ponta Delgada vai passar a ter cirurgia robótica, um “atrativo” para fixar mais profissionais.

“A cirurgia robótica é o último grito do ponto vista de cirurgia, não só para cirurgia geral, mas também cirurgia ortopédica. Queremos acautelar que os serviços de ortopedia serão tão competitivos quanto outros serviços a nível de Portugal continental”, explicou.

No seu discurso durante a cerimónia, a secretária da Saúde adiantou que já foram investidos 20 milhões de euros em equipamentos no HDES desde 2021 e prometeu que a “breve prazo” o hospital vai dispor de trombectomias (procedimento utilizado para tratar Acidentes Vasculares Cerebrais).

Mónica Seidi anunciou, também, novas funcionalidades na aplicação “MY Saúde Açores”, como o “acesso em tempo real dos tempos de espera nos serviços de urgência” ou a possibilidade de os utentes “verem se estão referenciados para consulta ou cirurgia”.

A titular da pasta da Saúde, evocou, também as dificuldades no processo de recuperação do HDES: “É um processo moroso e complexo. Posso confidenciar que nunca pensei estar associada à projeção de um hospital. As dificuldades e os desafios são imensos. Ainda mais quando queremos um processo de excelência”.

O executivo açoriano aprovou em 04 de setembro a criação de uma comissão de análise para "discussão e ponderação" do programa funcional do HDES para obras de reparação após o incêndio de 2024.

No dia 04 de maio de 2024, o maior hospital dos Açores foi afetado por um incêndio, que obrigou à transferência de todos os doentes para outras unidades de saúde da região, da Madeira e do continente.

Os serviços do hospital reabriram de forma faseada e foi instalado um hospital modular junto ao edifício do HDES, que será alvo de obras de recuperação e modernização.

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