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Consumo de antitabágicos aumenta 17% em 2018

22-03-2019 19:30h

A comparticipação em 37%, em janeiro de 2017, do medicamento antitabágico vareniclina fez aumentar consumo de embalagens deste fármaco em 17% em 2018 (50 378 embalagens em 2017 para 58 997 embalagens em 2018).

Registam-se encargos do SNS com este medicamento de 1.2 milhões de euros em 2018, um aumento de 19% face a 2017, que traduzem investimento na prevenção antitabágica, a par de diversas outras medidas e que tem um impacto direto e indireto na saúde pública de largos milhares de euros, sobretudo em tratamento e internamento de patologias associadas, como o cancro do pulmão ou a doença pulmonar obstrutiva crónica.

Estes são dados que resultam da monitorização do consumo de medicamentos antitabágicos pelo Infarmed, que teve como objetivo compreender a sua evolução desde 2016, com particular enfoque na vareniclina, uma vez que foi comparticipada pelo Estado Português.

A vareniclina é a denominação comum internacional (não comercial) para um medicamento sujeito a receita médica, que já existia à venda nas farmácias antes daquele ano, mas que não era comparticipado. O estudo analisa comparativamente a nicotina que é um outro medicamento, mas não sujeito a receita médica, de preço livre e que pode ser adquirido, além de nas farmácias, em locais de venda autorizados.

Apesar de a nicotina continuar a ser a substância mais vendida na cessação tabágica, a vareniclina tem vindo a ser cada vez mais dispensada, com um total de 59 mil embalagens dispensadas com comparticipação em 2018, que reflete o tal crescimento de 17% em relação ao período homólogo.

No mercado total (comparticipado e não comparticipado) observou-se de 2016 para 2018, a duplicação das vendas (De 33 231 embalagens em 2016 para 69 082 em 2018)

O estudo permite verificar picos de consumo em janeiro, refletindo possivelmente “resoluções de ano novo”.  Acompanhando a prevalência superior de consumo de tabaco nos homens em relação às mulheres, observa-se maior dispensa de vareniclina a indivíduos do sexo masculino (55%). A maioria das embalagens dispensadas deste medicamento sujeito a receita médica destina-se a pessoas com idades entre os 40 e os 59 anos, acompanhando também as prevalências superiores do consumo de tabaco nestas faixas etárias.

O consumo de tabaco é um dos problemas mais graves na saúde pública à escala mundial. Em Portugal, em 2017 morreram doze mil pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco, sendo que nesse mesmo ano o tabaco foi responsável por 46,4% das mortes no nosso país por doenças pulmonares obstrutivas crónicas.

 

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