“Muitos dos nossos estudantes neste momento, que estão empregados nos sistemas de saúde e hospitais em Rhode Island, estão de facto a trabalhar ainda mais: estão a manter as suas aulas e a contribuir ainda mais horas no sistema de saúde durante esta pandemia” de covid-19, disse à Lusa Sílvia Oliveira.

A responsável acrescentou que os estudantes que trabalham na saúde “estão mais expostos” ao novo coronavírus e que “essa é uma das maiores ansiedades que eles demonstram”.

Sílvia Oliveira, também coordenadora do programa de Português do Rhode Island College, disse à Lusa que “grande parte” dos estudantes daquela instituição “associam um bacharelato em enfermagem com um programa secundário em português”.

“Dada a quantidade de falantes de português do estado de Rhode Island (…) os nossos estudantes, que já são estudantes de topo a nível de enfermagem, estão a formar-se com um programa secundário em português, para continuar a garantir a sua contribuição bilingue na área da saúde”, considerou a responsável.

A diretora acrescentou que aproximadamente 10% da população em Rhode Island tem herança portuguesa, o que representa a maior percentagem per capita nos EUA e que a instituição de ensino superior Rhode Island College dá um dos melhores cursos de enfermagem dos Estados Unidos.

O sucesso do ensino de enfermagem naquela instituição prova-se com os 98% de estudantes que passam à primeira vez no exame nacional de certificação em enfermagem, disse Sílvia Oliveira.

O Rhode Island Collenge e o programa de Português do Departamento de Línguas Modernas adaptaram-se facilmente à necessidade de aulas ‘online’ e não presenciais: “A transição foi muito simples e ao mesmo tempo, os estudantes mantêm as aulas, que entretanto transitaram para uma plataforma ‘online’”, disse a responsável portuguesa.

O Instituto de Estudos Portugueses e Lusófonos, criado há 14 anos como uma unidade não académica do Rhode Island College, que “vive no centro, no coração da comunidade lusófona”, pretende criar ou reforçar ligações entre a instituição de ensino e as comunidades.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 413.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes, contabilizando 25.757 até hoje, e o que tem mais infetados, com mais de 600 mil casos confirmados.