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Covid-19: Catarina Martins pede que vítimas de violência doméstica não sejam deixadas sozinhas

14-04-2020 20:47h

A coordenadora do BE, Catarina Martins, pediu hoje “tolerância zero à violência doméstica”, apelando a que estas vítimas, em tempos de isolamento social devido à pandemia, não sejam deixadas sozinhas.

Na edição do “País Ligado” de hoje – um vídeo diário da líder bloquista que é divulgado pelo partido sobre as várias propostas do BE para combater a pandemia – Catarina Martins debruçou-se sobre a violência doméstica, que considera ser “o principal problema de segurança pública em Portugal”.

“Nestes tempos de isolamento social, não podemos deixar as vítimas sozinhas. Tolerância zero à violência doméstica”, apelou.

Segundo a líder do BE, a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima- divulgou hoje os números relativamente a 2019 que “mostram que este crime continua a crescer”.

“Das mais de 20 mil queixas, 80% são de violência doméstica. As vítimas são de todas as idades, das mais jovens às mais velhas, quatro em cada cinco são mulheres”, enumerou.

Para Catarina Martins, “o combate à violência doméstica exige a determinação de todo um país”, das entidades públicas e de cada um.

“Se é vítima de violência, física ou psicológica, peça ajuda. O ‘stress’ destes dias não justifica violência e toda a gente tem o direito a sentir-se segura em sua casa. Pedir ajuda não é atacar ninguém, é proteger todos”, afirmou, divulgando ainda linha de apoio à vítima, o 116 006, e o número para onde enviar mensagens, o 3060.

A coordenadora do BE apela a todos para que não ignorem uma colega que, em teletrabalho, “dá sinais de ser vítima”, um aluno que, no ensino à distância, “mostra que está com problemas ou um familiar ao telefone ou uma amiga no whatsapp, “lhe está a pedir ajuda”.

“Se da casa do vizinho vêm barulhos de violência, não ponha a televisão mais alto para não ouvir. Chame a Polícia, chame a GNR, peça ajuda. Não está a incomodar, está a proteger”, defende.

A APAV acompanhou em 2019 mais de 11 mil vítimas de crime, oriundas de 273 concelhos do país, dos 308 existentes, segundo o relatório anual hoje divulgado.

Em 2019 a APAV registou 54.403 atendimentos que permitiram acompanhar mais de 11 mil vítimas.

As estatísticas apontam para um total de crimes e outras formas de violência a ultrapassar a faixa dos 29 mil, tendo-se registado um aumento de cerca de 40% do total face a 2018.

A maioria dos crimes assinalados diz respeito aos que são contra as pessoas (95,9%), com especial relevo para os crimes de violência doméstica (79%).

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