A Câmara Municipal de Mafra prorrogou, pela segunda vez, o concurso para a elaboração do projeto para instalar o Museu da Música no Palácio Nacional, devido à pandemia por covid-19, atrasando as obras, disse hoje o seu presidente.
Em novembro, este município do distrito de Lisboa tinha lançado concurso para a elaboração do projeto destinado à instalação do Museu Nacional da Música no Palácio Nacional de Mafra, mas veio a prorrogá-lo um mês depois.
O concurso voltou a ser prorrogado, de acordo com o aviso publicado hoje em Diário da República.
"A primeira prorrogação teve a ver com ajustes técnicos de adequação do projeto ao local e a segunda decorre da pandemia, por os gabinetes de arquitetura se encontrarem encerrados", justificou o presidente da câmara, Hélder Sousa Silva, à agência Lusa.
Questionado sobre se mantém o prazo de lançar concurso para as obras de adaptação até ao final deste primeiro semestre, responsabilidade entregue ao município, o autarca disse que está afastada essa hipótese, motivo pelo qual as obras vão atrasar-se, estimou.
Em fevereiro, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, previa lançar concurso para as obras estimadas em dois milhões de euros "durante este primeiro semestre".
"Estamos na fase final do caderno de encargos e durante este primeiro semestre será lançado o concurso" para obras, estimadas em dois milhões de euros, que permitem instalar o Museu da Música no Palácio Nacional de Mafra, disse Graça Fonseca à agência Lusa.
O museu, atualmente instalado na estação de Metropolitano do Alto dos Moinhos, em Lisboa, tem uma das mais ricas coleções da Europa de instrumentos musicais, com um acervo composto por mil instrumentos dos séculos XVI ao XX, de tradição erudita e popular.
Fazem também parte do museu vários espólios documentais, e coleções fonográficas e iconográficas do maior relevo.
Entre os instrumentos classificados como Tesouro Nacional estão os cravos Taskin, de 1782, recentemente restaurado, e o Antunes, de 1758.
O piano Boisselot, que o compositor e pianista Franz Liszt trouxe a Lisboa, em 1845, e o violoncelo de Antonio Stradivari, que pertenceu ao rei D. Luís, são outros tesouros do museu.
O violoncelo de Henry Lockey Hill, de Guilhermina Suggia, os violinos e violoncelos de Joaquim José Galrão, os clavicórdios setecentistas das oficinas lisboetas e portuenses são outros destaques da coleção, assim os raros cornes ingleses Grenser e Grundman & Floth, do final do século XVIII, e as flautas de Ernesto Frederico Haupt, de meados do século XIX, que são exemplares únicos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 112 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o balanço feito domingo pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 504 mortos, mais 34 do que no sábado (+7,2%), e 16.585 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 598 (+3,7%).