Quatro dos 20 clubes da Liga inglesa de futebol inglesa aderiram ao ‘lay-off’ disponibilizado pelo governo britânico por causa da pandemia de covid-19, tendo outros, como o Liverpool, evitado associar-se para evitar controvérsias.
O Newcastle foi o primeiro a avançar, em 30 de março, para a suspensão temporária dos funcionários, com exceção dos jogadores, que, segundo um estudo, ganham em média 46 mil euros por semana.
O proprietário desde 2007, o empresário Mike Ashley, está há vários anos a tentar vender o clube e é conhecido por ser um homem de negócios perspicaz, que tentou manter as lojas de equipamento desportivo Sports Direct durante o período de confinamento.
Também foi criticado por cobrar os bilhetes para a temporada 2020/21 depois de a competição deste ano ter sido suspensa.
Bournemouth e Norwich, ambos em risco de despromoção para o Championship, o segundo escalão do futebol inglês, também aderiram ao programa, que garante o pagamento de 80% do salário até 2.500 libras (2.850 euros).
Apesar de terem ficado excluídos, tal como os jogadores, o treinador do Bournemouth, Eddie Howe, e a restante equipa técnica, terão aceite um “corte substancial” no ordenado, enquanto que o Norwich doou cerca de 200 mil libras a (228 mil euros) a instituições locais.
Na quinta-feira, o Southampton foi o primeiro a ‘oficializar’ reduções nos salários do plantel, cujos jogadores e equipa técnica aceitaram reduzir os seus salários em abril, maio e junho.
Já a decisão do Tottenham de colocar 550 dos seus funcionários em ‘lay-off’ foi mais polémica, tendo em conta que o presidente, Daniel Levy, ganhou cerca de sete milhões de libras (oito milhões de euros) no ano passado, e que os jogadores e treinador, José Mourinho, não foram afetados.
O Arsenal pretende reavaliar a situação no final de abril, mas Manchester City e Manchester United anunciaram que não pretendiam aproveitar os apoios públicos para cobrir os custos com os funcionários, colocando pressão no Liverpool, que, inicialmente, preconizou a suspensão dos seus trabalhadores.
"Fomos precipitados a anunciar que iríamos recorrer às medidas implementadas pelo governo para fazer face a esta pandemia e colocar os trabalhadores em ‘lay-off' enquanto a Premier League estiver suspensa, e, por isso, pedimos desculpa", frisou o diretor-executivo dos campeões europeus e atuais líderes do campeonato, Peter Moore.
A Liga inglesa de futebol poderá enfrentar perdas financeiras na ordem dos mil milhões de libras (1,3 mil milhões de euros), bem como a falência de muitos clubes, caso a época não termine, devido à pandemia de covid-19, disse esta semana o presidente do organismo, Richard Masters.
A Premier League, tal como o futebol em praticamente todo o mundo, está parada desde o início de março, devido ao surto do novo coronavírus, e é certo, pelo menos, que não vai ser retomada até maio.
Se a temporada não puder ser concluída, a Premier League pode ficar a dever às emissoras de televisão um total de 762 milhões de libras (868 milhões de euros).