A Escola Portuguesa de Díli (EPD) vai recorrer ao ensino não-presencial para todos os anos letivos, do pré-escolar ao 12.º em resposta às restrições em vigor devido à covid-19, disse o responsável do centro educativo.
“A aposta é no ensino não presencial do pré-escolar até ao 12.º ano”, disse à agência Lusa Acácio de Brito que hoje divulgou o plano a implementar pela escola sediada em Díli e frequentada por mais de mil alunos, a maioria timorenses.
Acácio de Brito explicou que a escola tem uma equipa para dar o apoio aos alunos que precisarem, inclusive por dificuldades de acesso ao ensino à distância.
E garantiu que os professores, alguns dos quais saíram temporariamente do país, continuarão a acompanhar o trabalho dos seus alunos em permanência.
O plano de ensino não-presencial para a EPD, que começa a ser aplicado já a partir de terça-feira, foi “ajustado e adequado” ao contexto local.
“O que é verdadeiramente importante neste momento é que os nossos alunos possam ter com os seus professores um contacto sistemático e de trabalho pedagógico que lhes permita dar continuidade real às suas aprendizagens”, refere o documento a que a Lusa teve acesso.
“Considerando o ensino não presencial e as dificuldades que são evidentes em Timor-Leste na utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação é importante ajustarmos as nossas atividades a essa realidade”, sublinha.
O plano tem em conta as especificidades de anos não terminais de ciclo e sem exames (1.º, 2.º 3.º, 5.º, 7.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade), notando que “poderão, nos próximos anos de escolaridade no mesmo ciclo, recuperar algumas aprendizagens não realizadas no final do presente ano letivo”.
Daí que a preferência deve ser dada à consolidação “dos conteúdos anteriores, evitando assim trabalhar novos conteúdos com os alunos, exceto nos casos em que essa situação se considere imprescindível”.
Para os anos de final de ciclo ou onde há exames nacionais (4.º, 6.º, 9.º. 11.º e 12.º) devem ser considerados todos os conteúdos “definidos nas aprendizagens essenciais de cada disciplina, para que o programa seja cumprido e os alunos possam estar em condições mínimas de transitarem para o ciclo de escolaridade seguinte ou realizar os exames nacionais”.
Esse é particularmente o caso nos exames dos 11.º e 12.º anos de escolaridade, já que os exames do 9.º ano de escolaridade não serão realizados no presente ano letivo.
O plano prevê uma planificação global e quinzenal, que deverá ser enviada aos alunos, com os professores a poderem optar pela forma de trabalho “que considerarem mais adequada e utilizando os meios em que se sintam mais confortáveis para esse trabalho”.
“O objetivo é que os alunos tenham, de facto, possibilidades de trabalhar com os professores, realizem tarefas e procedam à aquisição de aprendizagens”, refere.
No futuro, e caso seja possível, haverá eventuais aulas presenciais apenas para alunos dos 11,º e 12.º anos de escolaridade “e nas disciplinas objeto de exames de acesso ao Ensino Superior”.
As autoridades de saúde timorenses anunciaram hoje dois novos casos da covid-19, o que eleva para quatro o número total de infetados no país.
Três doentes estão em isolamento, em Díli, anunciou a diretora-geral da Prestação de Serviços de Saúde timorense, Odete Viegas, recordando que o quarto paciente já recuperou.
Odete Viegas acrescentou que dos 168 casos suspeitos no país, 111 deram resultado negativo e 53 estão ainda à espera de conhecer o resultado dos testes.