A chanceler alemã, Angela Merkel, apelou hoje à paciência dos alemães, num momento de crescente pressão interna para que o país comece a aliviar as restrições impostas para combater o novo coronavírus, sublinhando que a situação continua “frágil”.
“Vamos precisar de paciência", declarou a líder alemã, numa conferência de imprensa.
Teremos “de conviver ainda algum tempo com o vírus”, prosseguiu a chanceler, numa referência à duração das regras de distanciamento social e de higiene.
Angela Merkel admitiu que “uma esperança cautelosa" era permitida, dada a evolução da pandemia na Alemanha, que tem vindo a registar um abrandamento no número de novos casos de infeção pelo novo coronavírus.
Mas, “a situação é frágil”, advertiu Merkel, pedindo aos alemães que continuem "concentrados" e que continuem a cumprir as medidas de contenção em vigor.
Ao contrário de outros países europeus, como Itália, França ou Portugal, a Alemanha não decretou um confinamento rigoroso, mas avançou com medidas que reduzem a liberdade de movimentação das pessoas.
As escolas estão fechadas, bem como a maioria das lojas. Os ajuntamentos com mais de duas pessoas estão proibidos e os infratores podem incorrer numa multa.
Segundo Angela Merkel, “não será necessário” impor no país medidas mais rigorosas de confinamento.
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, admitiu hoje, por sua vez, que os grandes ajuntamentos de pessoas podem continuar proibidos "por meses", bem como as instituições culturais e os estabelecimentos de diversão noturna vão continuar encerrados.
A Alemanha registava hoje 2.107 vítimas mortais, mais 246 do que na quarta-feira e o maior aumento diário do número de mortes, e um total de 108.202 casos diagnosticados, uma subida de 4.974 em apenas 24 horas.
Depois de um abrandamento registado no início da semana, os valores revelados pelo Instituto Robert Koch (RKI) voltam a crescer, com o estado federado da Baviera a chegar quase aos 30 mil casos de covid-19 (28.827).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 787 mil infetados e mais de 62 mil mortos, é o mais afetado pela pandemia.