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Covid-19: Aterra em Lisboa mais um avião fretado com material de proteção individual

LUSA
09-04-2020 11:06h

Com as pistas cheias de aeronaves paradas, o aeroporto de Lisboa viu hoje aterrar mais um avião com material de proteção individual à covid-19, num total de 30 toneladas que serão distribuídas pelos municípios da Área Metropolitana de Lisboa.

Proveniente da China, o avião fretado pela Câmara de Cascais aterrou pelas 07:00 e começou logo a ser descarregado, numa operação ‘abençoada’ pela chuva e monitorizada pela Polícia de Segurança Pública (PSP).

"Este é o quarto avião que fretamos com material de proteção individual. O primeiro avião chegou no dia 26 de março, foi aliás o primeiro avião que chegou com material de proteção a Portugal", avançou à Lusa Jorge Roquette Cardoso, adjunto do presidente da Câmara de Cascais (Carlos Carreiras, do PSD), que acompanhou o descarregamento da encomenda, debaixo de chuva, no aeroporto de Lisboa.

Das 30 toneladas de material médico e de proteção individual contra a covid-19 que chegaram hoje, metade será para Cascais e a outra metade para os restantes municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Estes equipamentos integram o pacote de 100 toneladas encomendado para a AML, cuja entrega foi distribuída em três voos diferentes - um que chegou na segunda-feira, com 20 toneladas, o de hoje e outro que está previsto para a próxima terça-feira, este com 50 toneladas de carga.

"Traz material que vai ser dividido entre Cascais e as restantes câmaras da AML, numa parceria que se fez, dado que a Câmara de Cascais, antecipadamente, conseguiu estabelecer canais de distribuição com a China", indicou Jorge Roquette Cardoso, ressalvando que "este material está muito requisitado, é muito escasso".

Após as operações de descarga e formalidades alfandegárias, "é expectável" que as 30 toneladas de material ainda hoje possam ser encaminhadas para o Centro Logístico de Cascais, em Alvide.

"Se esse for o caso, amanhã [sexta-feira] já o material pode começar a ser levantado nas nossas instalações", referiu o representante da Câmara de Cascais, adiantando que o processo "é muito fácil, é só identificar o material, bater certo com o inventário".

No global, as encomendas representam um investimento de 10 milhões de euros, dos quais "6,5 milhões de euros se destinam aos outros municípios da AML", mas liquidado agora pelo município de Cascais.

"Estamos numa altura de sermos solidários e, mais tarde, obviamente, cada uma das câmaras fará contas com o município de Cascais" explicou Jorge Roquette Cardoso.

Sobre a necessidade de avançar com novas encomendas, o representante da Câmara de Cascais assegurou que há uma atualização constante do ‘stock’, considerando que com o material que chegou e com o que virá na próxima terça-feira os municípios da AML vão "ficar bastante confortáveis”.

"Mas a máquina está a rolar e, havendo a necessidade de colocar novas encomendas, colocaremos. É preciso perceber que o fator antecipação é absolutamente determinante para termos o ‘stock’, razão pela qual acabamos por fazer esta parceria com os outros municípios da AML, porque temos a máquina toda montada”, reforçou.

Quanto ao custo do material, Jorge Roquette Cardoso disse que "são preços não só normais como até abaixo do que é normal, tendo em conta também as questões das quantidades que estão a ser encomendadas".

Na distribuição pelas entidades públicas, a prioridade são profissionais que estão na linha da frente no combate à pandemia, nomeadamente médicos e enfermeiros, forças de segurança, bombeiros e funcionários de lares.

Do material encomendado, indicou, constam 1,2 milhões de pares de luvas, dois milhões de máscaras, 200 mil batas, 50 mil viseiras e 30 mil óculos que se destinam a municípios da AML.

Para Cascais, as encomendas trazem 2.000 fatos-macaco, 500.000 pares de luvas, dois milhões de máscaras, 10.000 toucas, 10 tendas de proteção civil e 150 nebulizadores destinados a coletividades com vista à desinfeção das instalações.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 87 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

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