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Covid-19: Quotizações caíram na Cooperativa Povo Portuense para 3% do habitual

LUSA
07-04-2020 12:52h

O presidente da Cooperativa de Solidariedade Social do Povo Portuense assinalou hoje uma quebra no pagamento das quotizações para 3% do habitual, face à inatividade forçada dos cobradores, pedindo aos sócios que regularizem a sua situação por meios alternativos.

Para despesas anuais de cerca de 600 mil euros, a cooperativa gera habitualmente receitas de valor equivalente, 80% das quais provenientes das quotizações dos seus 18 mil sócios. Mas, “neste momento, face à média agregada dos últimos três anos, estamos a receber apenas 3%”, detalhou à agência Lusa o presidente da cooperativa, Paulo Jorge Teixeira.

Admitindo que “se as receitas não voltarem a estabilizar, ao fim de três meses a cooperativa ficará em situação muito complicada”, o dirigente acredita, no entanto, que “tudo será ultrapassado” com a ajuda dos próprios sócios, a quem pede que paguem as quotas, que oscilam entre dois e três euros mensais, diretamente nos serviços da cooperativa ou por transferência bancária.

A cooperativa de tipo mutualista foi fundada em 1900, gera 11 empregos e entre as suas atividades conta-se um serviço clínico com 16 especialidades e consultas a 7,5 euros (clínica geral) e 20 a 35 euros (especialidades).

“Não equacionamos o recurso ao ‘lay-off’. Estamos a pensar manter todos os postos de trabalho, porque se os temos é porque precisamos deles. O que todos temos de ter é a noção de que os sócios devem reinventar novas formas de pagar todos os serviços que temos abertos”, assinalou.

Paulo Jorge Teixeira sublinhou a importância de manter a clínica aberta, “em segunda linha de apoio ao Serviço Nacional de Saúde”, muito mais num quadro de pandemia, como é o caso.

Portugal, indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde regista já 345 mortos associados à covid-19, mais 34 do que na segunda-feira, e 12.442 infetados (mais 712).

Face à pandemia e à prioridade fixada recuperação dos quotizações, Paulo Jorge Teixeira disse que “fica comprometido”, ou pelo menos adiado ‘sine-die’, um projeto que a Cooperativa de Solidariedade Social do Povo Portuense para criar um serviço de apoio domiciliário e outro de atividades de tempos livres.

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