Hélder Sousa Silva afirmou à agência Lusa que, numa semana, houve "trezentas candidaturas", um número "dentro do que era expectável", adiantando que o programa foi criado para "um horizonte de mil famílias".

"Nesta primeira semana, registamos que há uma tendência maior de recurso ao programa para quem se encontra desempregado ou foi vítima de 'lay off'", afirmou o autarca de Mafra, concelho do distrito de Lisboa que regista hoje 55 casos de infeção, de acordo com o boletim epidemiológico que o município divulgou.

O programa "ajuDAR +" visa "garantir que nada falte e que o dinheiro que houver disponível seja para pagar despesas essenciais", explicou o presidente da câmara.

Segundo o autarca, desde que foi decretado o estado de emergência no país já existem no concelho casos de cidadãos "desempregados ou que só receberam o salário referente aos dias que trabalharam".

As famílias que se candidatem ao apoio vão receber um cartão de refeição por cada elemento do agregado familiar.

Com o programa, a autarquia procura "mitigar os impactos socioeconómicos desta pandemia, a qual tem, como consequências previsíveis, o aumento da precariedade no emprego, o decréscimo da produtividade e da atividade económica, em especial nas pequenas e médias empresas e nos empresários em nome individual, assim como a diminuição de rendimentos nas famílias e, em geral, o agravamento das condições financeiras e sociais".

Os cartões de refeição podem ser descontados em supermercados, restaurantes ou outros estabelecimentos da área alimentar.

São admitidas candidaturas de famílias que apresentem comprovativos de como residem no concelho, de que estão desempregadas ou em situação de carência económica, caso disponham de um montante igual ou inferior a 211,79 euros por cada elemento do agregado.

São também abrangidos pais solteiros, divorciados ou viúvos que declarem ausência do pagamento da pensão de alimentos ou de sobrevivência, assim como idosos ou portadores de deficiência.

Ao primeiro titular adulto é atribuído um cartão de refeição de 211,79 euros, ao segundo 70% desse valor e a cada filho 50% desse valor, o que significa que numa família com dois filhos os apoios podem chegar aos 571 euros.

As candidaturas poderão ser feitas através da página na Internet, da linha de emergência (800 261 261) ou de apoio social (800 261 262), ou no balcão de atendimento dos serviços de Ação Social do município.

Os apoios a atribuir têm a duração de um mês, podendo ser renováveis mediante novo pedido.

O programa integra o Fundo de Emergência Municipal, com uma dotação de quatro milhões de euros e várias medidas excecionais de apoio.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 73 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes e 11.730 casos de infeções confirmadas.