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Covid-19: Metalúrgicos e Eletromecânicos querem encargos bancários pagos pelo Estado

LUSA
06-04-2020 20:04h

A Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (Aneme), propôs hoje um modelo para agilizar os apoios do Governo às empresas, face à covid-19, que prevê que os encargos bancários relativos aos créditos devem ser pagos pelo Estado.

“O princípio é o de que as empresas devem esperar do Estado e da sua máquina administrativa uma ajuda real e não apenas a boa vontade de simplesmente estabelecer um adiamento do pagamento das contribuições e impostos. Acrescendo que a operacionalização (isto é, a burocracia) para concretizar os eventuais apoios apenas anunciados determinará, como todos já compreendemos, que eles serão utilizados para pagar os funerais das empresas”, defendeu, em comunicado, a direção da Aneme.

Para a associação é assim necessário um modelo operacional “eficiente e eficaz”, que determine, por exemplo, que os encargos bancários relativos aos créditos sejam assegurados pelo Estado.

Por outro lado, o pedido de apoio deve ser apresentado a um banco portador da garantia de Estado e o valor do ‘plafond’ de crédito a disponibilizar, ao longo de seis meses, “limitado a 50% do valor da faturação no exercício de 2019”.

As empresas metalúrgicas e eletromecânicas defendem ainda que o período mínimo para a amortização dos créditos deve ser fixado pelo tempo que decorrer “entre a sua disponibilização e a data oficial de extinção da pandemia”, sendo que esta última fixa ainda o fim da moratória para a amortização de créditos.

“Estas condições são as únicas que permitirão às empresas assumir a garantia de manutenção dos postos de trabalho – e isso significa que os custos reais para o Estado serão muito menores do que o risco de ter de pagar os subsídios de desemprego que resultariam da extinção das empresas”, concluiu.

De acordo com os dados avançados pela Aneme, este setor representa 22 mil empresas e 230 mil trabalhadores, sendo responsável por mais de 30% das exportações nacionais.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.

Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).

Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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