“O objetivo é organizar a Volta a Flandres mais tarde este ano. Toda a gente está de acordo com isso, mas, neste momento, tratam-se apenas de discussões hipotéticas, porque não sabemos quando a crise vai terminar”, referiu hoje Tomas Van De Spiegel, em entrevista ao canal de televisão flamengo VTR.
Para assinalar o dia em que a clássica deveria decorrer, a organização criou uma corrida virtual com 13 ciclistas, entre os quais o campeão olímpico de estrada, o belga Greg Van Avermaet (CCC), que se sagrou vencedor.
A prova virtual, que foi transmitida na televisão, percorreu apenas 30,1 quilómetros dos 266 do percurso da corrida real.
Em 17 de março, a organização da clássica anunciou que a Volta a Flandres iria ser cancelada “na data prevista” devido às medidas anunciadas pelo Governo belga para lutar contra a disseminação da Covid-19.
“A maior festa popular da Flandres não poderá decorrer, devido às medidas tomadas pelo Governo para luta contra a propagação da Covid-19”, precisou a organização, revelando que um possível adiamento seria estudado em conjunto com a União Ciclista Internacional (UCI).
Num dia ‘negro’ para o pelotão, a Volta a Flandres juntou-se ao Paris-Roubaix (12 de abril), organizado desde 1896 e interrompido apenas devido às duas guerras mundiais, e à Liège-Bastogne-Liège (26 de abril) na lista de ‘monumentos’ retirados do calendário velocipédico.
Com o cancelamento da Milão-San Remo, inicialmente prevista para 21 de março, e a anulação de Volta a Flandres, Paris-Roubaix e Liège-Bastogne-Liège, há quatro dos cinco ‘monumentos’ à procura de uma nova data para se realizar ainda esta temporada – a Volta à Lombardia, agendada para 10 de outubro, não está para já ameaçada.
Esta semana, a UCI estendeu a suspensão das provas até 01 de junho e revelou que dará prioridade às Grandes Voltas (Giro, Tour e Vuelta) e aos ‘monumentos’ na remarcação do calendário velocipédico, quando o pelotão voltar à atividade.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 65 mil. Dos casos de infeção, mais de 233 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de mais de 642 mil infetados e mais de 47 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos.