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Covid-19: Espinho vai apoiar cidadãos, clubes com formação e comércio

LUSA
31-03-2020 11:30h

A Câmara de Espinho anunciou hoje que clubes locais com atividade formativa vão receber apoio financeiro, associações culturais deixarão de pagar renda em recintos municipais e impostos pagos pelos comerciantes serão afetados a iniciativas de apoio à sua atividade.

Essas medidas constam de uma lista de 31 decisões destinadas a ajudar empresas, associações e cidadãos dessa autarquia do distrito de Aveiro, face aos efeitos da crise instalada devido à pandemia de covid-19.

"Vamos apoiar os clubes federados com 2,50 euros por atleta e isentar todas as associações desportivas e culturais da utilização dos espaços do município. Afetaremos também a derrama municipal deste e do próximo ano para apoio do comércio e serviços, que estarão isentos do pagamento de taxas municipais", afirmou à Lusa o presidente da Câmara de Espinho, o social-democrata Joaquim Pinto Moreira.

O autarca informou também que "todos os profissionais que estão na linha da frente no combate à covid-19 vão beneficiar de redução de 50% na fatura da água, [que] as restantes famílias vão poder fasear o pagamento e que ninguém terá esse serviço cortado durante o período de emergência".

Pinto Moreira realçou ainda que vai ser feito um reforço de 50.000 euros no Fundo de Emergência Social.

"Durante o período de emergência, nenhuma família será penalizada se não conseguir cumprir com o seu contrato de arrendamento de habitação social", disse.

Acrescentando a essas e outras medidas de complemento às já anunciadas pelo Governo a suspensão da cobrança de estacionamento na cidade durante a fase de emergência, o autarca referiu que em causa está, assim, "um pacote de um 1,24 milhões de euros, através do qual o município de Espinho procura defender a comunidade, proteger as famílias e apoiar a recuperação das empresas".

Vicente Pinto, vice-presidente da Câmara, admitiu que estas são "medidas extraordinárias" numa altura também excecional, pelo que as famílias têm de saber que podem contar com "um apoio por parte do município, do Estado central e de todos aqueles que têm a tutela dos serviços públicos".

A mesma preocupação se estende também à economia local, pelo que o autarca acrescentou: "Teremos uma linha de apoio à promoção do comércio local e dos serviços, numa altura em que vai ser necessária uma grande ajuda para os empresários e empresas".

Com cerca de 33.000 habitantes distribuídos por 21,4 quilómetros quadrados, o concelho de Espinho registava segunda-feira à noite 26 casos confirmados de infeção do novo coronavírus da covid-19, quatro do quais em internamento hospitalar.

O novo coronavírus responsável pela pandemia da covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de 750.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 36.000 morreram. Ainda nesse universo de doentes, pelo menos 148.500 recuperaram.

Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 6.408 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 140 morreram, 571 estão internados em hospitais, 43 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.

No dia 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, que a partir do dia seguinte ficou sujeito a cerco sanitário com controlo de fronteiras e suspensão de toda a atividade empresarial não afeta a bens de primeira necessidade.

Todo o país está desde 19 de março em estado de emergência, o que vigorará pelo menos até às 23:59 de quinta-feira.

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