SAÚDE QUE SE VÊ

Falta de assistentes no Centro de Saúde de Miranda do Corvo é transitória

LUSA
10-10-2019 09:03h

O diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte (ACES-PIN) disse esta quarta-feira que a falta de assistentes operacionais no Centro de Saúde de Miranda do Corvo é uma situação transitória que está a ser resolvida.

Em declarações à agência Lusa, Avelino Pedroso disse que o ACES-PIN assegurou "dentro do possível" a presença de assistentes operacionais naquela unidade do distrito de Coimbra entre as 16:00 e as 20:00, com recurso a profissionais de outras unidades funcionais e a horas extraordinárias.

"Não é habitual três assistentes operacionais entrarem de baixa médica, quase ao mesmo tempo", salientou o responsável, que antecipa o regresso de um dos trabalhadores para segunda-feira.

Segundo Avelino Pedroso, "com a cobertura assegurada e a prestação de serviços externos de limpeza, já existente, a limpeza e desinfeção das salas de tratamento, bem como a reposição e preparação do material para ser enviado para o serviço de esterilização, realiza-se normalmente".

Salientando que se atual situação no Centro de Saúde de Miranda do Corvo é "inesperada e não estrutural", o diretor do ACES-PIN disse que já anteriormente a esta situação se abriu uma vaga para assistente operacional naquela unidade, que ficou deserta.

Em comunicado enviado hoje à tarde à agência Lusa, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) refere que, juntamente com o ACES-PIN, "tem vindo a diligenciar no sentido de solucionar a falta pontual de profissionais no Centro de Saúde de Miranda do Corvo, nomeadamente de enfermeiros e assistentes operacionais".

"Neste sentido, procedeu-se à contratação de um enfermeiro para reforço da equipa da USF Trilhos do Dueça, passando a funcionar com cinco enfermeiros", refere a nota, que, relativamente ao apoio domiciliário, refere que o ACeS PIN "está a realizar o levantamento dos domicílios que carecem do apoio de assistentes operacionais, dado que existem unidades funcionais que realizam este serviço sem a sua presença".

O município de Miranda do Corvo considerou na terça-feira que o serviço de saúde no concelho se encontra "em situação insustentável" devido à falta de recursos humanos, nomeadamente assistentes operacionais e enfermeiros.

"Dos quatro assistentes operacionais afetos a estas unidades, apenas um se encontra ao serviço. Dos seis enfermeiros que constituem a Unidade de Saúde Familiar Trilhos do Dueça, três encontram-se com atestado de longa duração", denuncia uma carta da autarquia para a ministra da Saúde, a que a agência Lusa teve acesso.

De acordo com a missiva, assinada pela vice-presidente Ana Gouveia, "o serviço domiciliário a doentes acamados não está a ser realizado por falta de recursos humanos".

A falta de recursos humanos "leva a que não haja atendimento telefónico, por exemplo", lê-se no ofício.

O município de Miranda do Corvo refere ainda que colocou um dispensador de senhas eletrónico para facilitar o atendimento no Centro de Saúde, mas que, devido "à falta de recursos humanos, se verifica a situação contrária à desejada, tornando o atendimento caótico".

Também na terça-feira, o Movimento de Utentes do Centro de Saúde de Miranda do Corvo denunciou que a falta de assistentes operacionais nos serviços em funcionamento no concelho prejudica os cuidados prestados.

"Neste momento, é o caos na Unidade de Saúde Familiar, na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (Extensão de Semide) e na Unidade de Cuidados Continuados, com apenas um assistente operacional para dar apoio a estes três serviços", disse à agência Lusa Rui Fernandes, daquele movimento.

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