A Venezuela recebeu hoje, por via aérea, o primeiro grupo de médicos especialistas da China e o terceiro carregamento de suprimentos médicos para tratar e combater a pandemia de covid-19 no país, anunciaram as autoridades locais.
“Chegou ao nosso país o primeiro grupo de médicos especialistas para o tratamento e controlo da covid-19, desde a República Popular da China. Chegaram também suprimentos médicos para a abordagem e prevenção da pandemia”, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza.
Os médicos e suprimentos para tratar e combater a covid-19, foram recebidos no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (norte de Caracas, o principal do país) por uma comitiva encabeçada por Jorge Arreaza, numa cerimónia transmitida pela televisão estatal venezuelana.
“Em nome do Presidente Nicolás Maduro e do povo da Venezuela, queremos agradecer ao Presidente Xi Jinping e ao povo da República Popular da China, este avião cheio de solidariedade. Em primeiro lugar porque aqui chegou a primeira missão de especialistas médicos, doutores, cientistas da China, América Latina e Caraíbas, e a Venezuela foi o primeiro destino”, disse Jorge Arreaza.
O ministro venezuelano destacou o conhecimento científico e a experiência da China em matéria do novo coronavírus, precisando que “vão salvar muitas vidas de venezuelanos”, que os protocolos clínicos locais “vão ser também orientados” e que “haverá mais possibilidades de consulta para aplicar as melhores estratégias nesta luta contra a terrível pandemia da covid-19”.
Entre os suprimentos médicos deste novo carregamento, encontram-se, segundo as autoridades locais, 500 mil ‘kits’ de provas de diagnóstico rápido.
Este novo carregamento complementa um anterior, recebido sábado em Caracas e que continha 55 toneladas de ajuda humanitária proveniente da China.
Este carregamento incluía 50 mil ‘kits’ de provas PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), 5 milhões de máscaras e 500 mil provas rápidas de deteção do novo coronavírus.
Fazem ainda parte da carga suprimentos médicos, material cirúrgico, ventiladores, tomógrafos, desfibrilhadores, 5 milhões de máscaras, cem mil trajes de isolamento, lentes de segurança, luvas e sapatilhas de segurança, para além de medicamentos antivirais, sedantes, 30 mil unidades de cloroquina e 70 mil termómetros infravermelhos.
No aeroporto estiveram também o secretário da Comissão China-Venezuela, Simón Zerpa, o embaixador chinês em Caracas, Li Baorong, o embaixador venezuelano na China, Iván Zerpa, e o ministro da Saúde venezuelano, Carlos Alvarado.
A 19 de março último a Venezuela recebeu o primeiro carregamento de ajuda da China, com 4.015 ‘kits’ de testes da Covid-19, medicamentos e reagentes no âmbito de uma campanha preventiva do novo coronavírus.
Com 129 casos e 3 mortes confirmadas, a Venezuela está desde 13 de março em “estado de alerta”, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
O “estado de alerta” foi decretado por 30 dias, que podem ser prolongados por igual período.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.
Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena, estando impedidos de circular livremente entre os 24 Estados do país.
As clínicas e hospitais estão abertos, enquanto farmácias, supermercados, padarias e restaurantes estão a funcionar em horário reduzido, com estes últimos a vender apenas comida para fora.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.